Oi e Dasa despencam, IMC salta e CVC tem sessão volátil; veja mais reações ao 4T


As ações das companhias que divulgaram resultados do quarto trimestre de 2024 (4T24) repercutiram em sua maioria com fortes ganhos ou baixas na sessão seguinte após balanço.
Nesta quinta-feira (27), os papéis da Oi (OIBR3, R$ 1,10, -11,29%) e da Dasa (DASA3, R$ 1,97, -7,51%), registraram forte desvalorização, enquanto IMC (MEAL3, R$ 1,40, +21,74%) disparou mais de 20%, também repercutindo a segregação da operação do KFC no Brasil e venda de controle por US$ 35 milhões.
Por outro lado, CVC (CVCB3, R$ 2,27, -2,57%) teve uma sessão de reviravoltas, abrindo em queda, chegando a subir mais de 6%, mas fechando em queda superior a 2%.

Ibovespa fecha com terceira alta seguida, com Vale, Petrobras e Itaúsa
Índices nos EUA caem mais um dia, com novas tarifas e antes do PCE

Americanas (AMER3): ações desabam mais de 20% após resultados do 4º trimestre
A varejista registrou prejuízo de R$ 586 milhões no quarto trimestre do ano passado, contra um lucro de R$ 2,56 bilhões apurados no mesmo período de 2023
Confira as visões sobre balanços do 4T24:
Oi (OIBR3)
Na avaliação da Genial, a Oi apresentou mais um resultado fraco no 4T24. “A companhia segue pressionada por uma geração de caixa operacional negativa e não demonstra sinais concretos de reversão desse cenário no curto prazo”, comenta.
Apesar da significativa redução da dívida bruta — que encerrou o trimestre em R$ 12,0 bilhões após a reestruturação no âmbito do segundo Plano de recuperação judicial (RJ) — o nível de alavancagem continua elevado e preocupa da corretora. Diante da ausência de gatilhos claros para recuperação operacional e financeira, a Genial manteve recomendação de venda, com preço-alvo de R$ 0,70.
Equatorial (EQTL3)
A XP Investimentos tem uma avaliação positiva dos resultados do 4T24 da Equatorial. Os principais destaques são: (i) o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) ajustado ficou ligeiramente acima das expectativas, refletindo a expansão de volume no segmento de distribuição e controle das despesas operacionais; (ii) Os indicadores operacionais mostraram melhora em relação ao trimestre anterior em quase todas as distribuidoras do grupo, especialmente no caso da Equatorial Góias; (iii) Os resultados da Echoenergia ainda foram prejudicados pelo curtailment do ONS, mas demonstraram uma melhoria; e (iv) O primeiro trimestre foi positivamente impactado pela equivalência patrimonial da Sabesp, que a corretora espera que a Equatorial repita seu histórico de sucesso na criação de valor.
A reiterou recomendação de compra para Equatorial.
O Itaú BBA comenta que a Equatorial relatou um EBITDA recorrente sólido e em linha, aumentando 6,7% na base anual, mais uma vez liderado pelo segmento de distribuição. No resultado final, houve uma grande superação explicada por impostos de renda melhores do que o previsto.
Simpar (SIMH3)
A Simpar reportou lucro líquido de R$ 82 milhões no 4T24, o que representa queda de 49% na comparação trimestral.
De acordo com o JPMorgan, o resultado abaixo do esperado no lucro líquido foi impulsionado por um Ebitda menor do que o previsto e por despesas financeiras líquidas e impostos acima das expectativas.
O banco americano destaca que a alavancagem encerrou o trimestre em 3,6 vezes dívida líquida/Ebitda, abaixo dos 3,7 vezes do trimestre anterior – com covenant de 4,0 vezes – e que a companhia possui liquidez suficiente para suportar seus vencimentos de dívida até 2026.
Diante disso, o JPMorgan reconhece que a gestão do balanço e do passivo continuará sendo um dos principais pontos de preocupação para os investidores. O banco manteve recomendação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 10,50, que atualmente negocia a 3,6 vezes Valor da Firma (EV)/Ebitda para 2025, embora com um prêmio de holding de 15%.
Para a Genial, o trimestre foi marcado por estabilidade operacional na Movida (MOVI3) e forte resultado em janeiro e fevereiro e lucro dobrando na base anual, bons sinais na Vamos (VAMO3), com yield subindo para 2,8%. Enquanto isso a JSL (JSLG3) veio mais fraca, com pressão de custos e queda de 7% no EBITDA na comparação trimestral. A Automob (AMOB3) segue impactada por baixa nas concessionárias pesadas, enquanto a alavancagem recuou levemente para 3,6 vezes.
Dasa (DASA3)
Os resultados do 4T24 da Dasa foram negativos e abaixo das expectativas do BBI, com o Ebitda ajustado 15% inferior às projeções e um EBT ajustado negativo de R$ 501 milhões, bem pior do que a estimativa de R$ 244 milhões negativos.
A receita líquida apresentou desempenho fraco, com a BU1 (BU = unidade de negócios) crescendo 3% na base anual, impactada principalmente pela descontinuação dos serviços para a Planserv em Salvador, enquanto a BU2 teve alta de 4% ao excluir a operação internacional, que no 4T23 registrou receita negativa devido aos efeitos cambiais na Argentina.
Já as despesas financeiras, excluindo o efeito de marcação a mercado de derivativos de hedge, foram 18% piores do que o projetado pelo BBI. Além disso, a dívida líquida, desconsiderando os R$ 195 milhões da venda da Dasa firmas, aumentou R$ 188 milhões no trimestre, contrastando com a expectativa do BBI de uma queda de R$ 134 milhões, encerrando o período em R$ 10 bilhões, equivalente a 5 vezes o EBITDA ex-IFRS 16.
Diante da avaliação atual, do fraco momento dos lucros e dos desafios de execução e integração na recuperação da companhia, o BBI manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 2.
Multi (MLAS3)
O Itaú BBA classifica os resultados da Multi como fracos, mas melhores do que as estimativas conservadoras para tendências operacionais.
Segundo o BBA, o 4T24 marcou outro trimestre em que a firma se concentrou na otimização de seu portfólio de vendas, contribuindo para uma superação de 3% na receita líquida e melhorando a eficiência de despesas.
Por outro lado, as tendências de fluxo de caixa foram mais fracas do que antecipado pelo BBA, com a posição de caixa líquido diminuindo em 79 milhões no trimestre no 4T24, principalmente devido à estratégia da Multi de fortalecer os níveis de estoque. Apesar disso, houve melhores sinais na receita líquida e na lucratividade.
O BBA manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 1,40.
Maiores altas
CVC (CVCB3)
A CVC (CVCB3) reportou prejuízo líquido de R$ 61,2 milhões no 4T24, queda de 18% na base anual, mas acima do prejuízo estimado de R$ 20,6 milhões pelo consenso Bloomberg. A receita líquida cresceu 4% na base anual, totalizando R$ 366,4 milhões, enquanto o Ebitda ajustado avançou 25% ano a ano, para R$ 108,1 milhões, com margem Ebitda de 29,5%. As reservas somaram R$ 3,96 bilhões e a companhia encerrou o trimestre com 1.286 lojas.
Para o BBA, os resultados da CVC mostraram uma sólida melhora sequencial nas tendências de reservas consolidadas, e espera que o primeiro trimestre continue essa trajetória.
O BBA ressalta que a CVC registrou uma queima de caixa de R$ 40 milhões no trimestre, e a firma encerrou o ano de 2024 em 3,3 vezes dívida líquida/Ebitda (considerando contas a receber descontadas).
Os analistas do BBA acreditam que se um cenário top-down (abordagem que faz as averiguações das informações de cima para baixo) mais favorável de se materializar — refletido em uma curva de rendimento de longo prazo mais estreita — juntamente com uma forte execução bottom-up (foca no micro antes do macro), significando crescimento sólido, expansão de Ebitda, geração de FCF (fluxo de caixa livre) e consequente desalavancagem, a CVC pode ser uma ação que tenha um bom desempenho ao longo do ano.
O BBA reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 5,40.
Já o BTG pontua que os resultados do quarto trimestre mostraram tendências decentes nas reservas no Brasil e melhores sinais na frente de lucratividade, mas o fluxo de caixa foi um destaque negativo. “Depois de atingir as mínimas em 2020 e 2021, a firma se beneficia da recuperação da demanda de viagens, ao mesmo tempo em que explora suas fortes relações de longo prazo com o fragmentado setor hoteleiro e as companhias aéreas”, comenta.
O BTG disse gostar da reestruturação em andamento, mas manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 3, devido aos grandes desafios futuros, como o progresso da desalavancagem e o crescimento/competição online.
IMC (MEAL3)
Os resultados do 4T24 da IMC ficaram um pouco abaixo das estimativas para a receita líquida e EBITDA, mas significativamente abaixo das expectativas no nível de lucro por ação (EPS). Como a perda não foi tão material em termos absolutos, o BBA vê os resultados como neutros.
Por outro lado, o Itaú BBA destaca a boa gestão de custos e o desempenho da margem bruta durante o trimestre.
O BBA reiterou recomendação neutra para ação do IMC, com preço-alvo de R$ 2,80.
Além do balanço, a IMC anunciou na véspera que a Kentucky Foods Chile Limitada pagará US$ 35 milhões à companhia, em um acordo que prevê a criação de uma joint venture para acelerar a expansão da rede de fast food KFC no Brasil.
A operação contempla a segregação dos ativos da IMC relacionados a marca KFC para uma nova estrutura societária, em que o grupo chileno deterá 58,3% da operação da rede no país, enquanto a IMC terá o restante.
A transação avalia a KFC no Brasil em US$ 60 milhões – acima do valor de mercado de US$ 54,56 milhões da IMC, cujo portfólio inclui marcas próprias e franqueadas, como Pizza Hut e Frango Assado, entre outras, além do KFC.
De acordo com o presidente-executivo da IMC, Alexandre Santoro, parte do montante será paga no fechamento da operação, previsto para o terceiro trimestre, e o restante em dois anos, com os recursos sendo usados “majoritariamente” para pagar dívida.
The post Oi e Dasa despencam, IMC salta e CVC tem sessão volátil; veja mais reações ao 4T appeared first on InfoMoney.
O que achou dessa notícia? Deixe um comentário abaixo e/ou compartilhe em suas redes sociais. Assim deixaremos mais pessoas por dentro do mundo das finanças, economia e investimentos!
Esta notícia foi originalmente publicada em:
Fonte original
Autor: Felipe Moreira