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Os sinais que reacenderam as apostas em cortes de juros no Brasil e nos EUA e deram fôlego aos mercados

A sessão foi positiva para os mercados acionários nesta quarta-feira (26). Por aqui, o Ibovespa subiu 1,7% e renovou o seu recorde histórico de fechamento, encerrando aos 158.554,94 pontos. No exterior, os três principais índices de Nova York também terminaram no azul: S&P 500, Dow Jones e Nasdaq subiram 0,69%, 0,67% e 0,82%, respectivamente.

O otimismo dos investidores cresceu junto com as apostas por um corte de juros nos Estados Unidos em dezembro. Os dados mais recentes da plataforma FedWatch, do CME Group, indicam 85% de chance de uma redução de 25 pontos-base nas taxas no próximo mês.

Marcos Praça, diretor de análise da Zero Markets Brasil, relembra que as expectativas de relaxamento monetário haviam esfriado nas últimas semanas, diante de declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. No entanto, dados recentes voltaram a animar os investidores. “Também já estão sendo feitas as apostas dos possíveis substitutos de Powell”, destaca.

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Informações da Bloomberg apontam que o diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Kevin Hassett, é visto como o favorito para assumir a presidência do Fed. Hassett é encarado como alguém que levaria o banco central americano à abordagem em favor de cortes de juros, algo que o presidente Donald Trump há muito deseja influenciar.

Hoje, uma bateria de dados foi acompanhada nos EUA. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do país, medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) de Chicago, registrou forte queda para 36,3 em novembro, ante 43,8 em outubro. Analistas consultados pela FactSet previam recuo bem mais leve do indicador, a 43,5 neste mês. A leitura abaixo da barreira de 50 sinaliza contração da atividade econômica.

Já o número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos na semana encerrada em 22 de novembro foi de 216 mil, com uma diminuição de 6 mil em relação ao nível revisado da semana anterior. O número ficou abaixo da previsão compilada pela FactSet, que era de 230 mil pedidos.

As encomendas de bens duráveis nos Estados Unidos, por sua vez, vieram em linha com as expectativas, subindo 0,5% em setembro ante agosto, a US$ 313,7 bilhões, segundo dados publicados hoje pelo Departamento do Comércio do país.

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Ficou no radar ainda o Livro Bege, uma espécie de sumário das condições econômicas das distritais do Fed. Felipe Tavares, economista-chefe da BGC Liquidez, avalia que o documento trouxe, de forma geral, uma sinalização de desaceleração da economia americana, levantando sinais “um pouco mais preocupantes” em relação ao varejo.

“O mercado que não estava acreditando num corte de juros em dezembro voltou a enxergar com alta probabilidade esse cenário, movimento que trouxe fluxo para o Brasil, estimulado a alta da Bolsa hoje“, destaca Tavares.

IPCA-15 concentra atenções no Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,20% em novembro, acima da mediana das estimativas dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de alta de 0,18%, com intervalo entre avanços de 0,10% e 0,23%. No ano, o indicador acumula alta de 4,15% e, nos últimos 12 meses, de 4,50%, abaixo dos 4,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Apesar do IPCA-15 ter vindo acima da mediana das projeções, Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, avalia que a alta foi concentrada em alguns itens, como passagens aéreas, que subiram 11,87% e tiveram o maior impacto individual no indicador no mês, de 0,08 ponto percentual.  “Não tivemos uma leitura ruim no número de inflação. Continuamos vendo a parte de núcleo razoavelmente bem comportada”, diz o especialista.

Em relatório, o Goldman Sachs avaliou que a política monetária apertada está operando como esperado, com moderação do crescimento, desaceleração do crédito e expectativas de inflação avançando lentamente para baixo, gradualmente criando condições para o início de um ciclo moderado de normalização dos juros no começo de 2026.

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Marianna Costa, economista-chefe da Mirae Asset, destaca que a publicação do IPCA-15 trouxe pouca mudança de cenário. “O indicador confirma a precificação implícita hoje na curva de juros de que o Banco Central deve iniciar um ciclo de afrouxamento monetário na reunião de janeiro de 2026”, opina.

Na terça-feira (25), o diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, disse que um novo aumento da taxa Selic não faz parte do cenário-base da autarquia. “A questão agora é entender quando será o processo de corte de juros”, frisou, durante participação no evento Brasil Treasury Summit, organizado pela EuroFinance em São Paulo.

O diretor do BC destacou que, dado o nível de incerteza elevada, o Banco Central segue uma postura dependente de dados. O diretor ainda salientou a preocupação do Comitê de Política Monetária (Copom) com uma comunicação que não gere ruídos no mercado. “Nas reuniões do Copom, estamos mais focados em afinar a comunicação”, destacou o diretor.

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Autor: Beatriz Rocha

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