O ouro recuou pelo terceiro dia consecutivo nesta segunda-feira (7), em meio à reação dos mercados a uma série de manchetes sobre a política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O metal chegou a cair 2,2% antes de recuperar parte das perdas, mas ainda caminha para o maior recuo em três dias desde agosto de 2020.
Integrantes do governo Trump foram à televisão para tentar tranquilizar os investidores, afirmando que as tarifas não vão prejudicar a economia. Ainda assim, especialistas alertam para a possibilidade de retração do crescimento e alta da inflação.
Trump também ameaçou impor uma tarifa adicional de 50% sobre produtos chineses, caso Pequim não suspenda uma retaliação de 34% sobre bens dos EUA.
A Casa Branca negou rapidamente reportagens sobre uma possível suspensão de tarifas por 90 dias, o que provocou forte volatilidade nos mercados acionários.
Segundo Daniel Ghali, estrategista sênior de commodities do TD Securities, o ouro continua “sobrecomprado” e o “desalavancamento é o principal risco”.
Desde quinta-feira (3), investidores vêm vendendo o metal precioso junto com outros ativos, diante do temor de uma guerra comercial global e recessão econômica alimentado pelas tarifas de Trump. Executivos de Wall Street, incluindo Jamie Dimon, criticaram publicamente a política tarifária do ex-presidente.
A queda do ouro ocorre poucos dias após o metal atingir máxima histórica, impulsionado pela busca por proteção em meio ao aumento dos riscos geopolíticos. Embora o ouro geralmente se beneficie de períodos de instabilidade — e ainda acumule alta de 14% no ano —, pode ser vendido em momentos de forte estresse nos mercados, quando investidores buscam cobrir perdas em outras posições.
Às 12h54 (horário de Brasília), o ouro à vista recuava 1,9%, cotado a US$ 2.980,28 a onça. A prata subia após dois dias de queda. Platina e paládio operavam em baixa.
©2025 Bloomberg L.P.
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Autor: Bloomberg
