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Projeto da oposição para dissolver Parlamento de Israel fracassa

Projeto da oposição para dissolver Parlamento de Israel fracassa

A oposição ao governo do premier israelense Benjamin Netanyahu não conseguiu aprovar um projeto para dissolver o Parlamento local, em meio a uma disputa entre partidos ultrarreligiosos que integram a coalizão governista. No cerne do impasse está a pressão para a convocação de jovens religiosos para o Exército, um tabu desde a fundação do país.

Após discussões que se arrastaram pela madrugada de quinta-feira, no horário local (noite de quarta-feira no Brasil), o chefe da Comissão de Relações Exteriores e Defesa, Yuli Edelstein, do Likud, partido de Netanyahu, afirmou que “havia estabelecido os princípios que integrarão a base de uma proposta para a lei de alistamento”.

— Como eu disse o tempo todo, somente um projeto de lei real e eficaz como este, que leve à expansão da base de recrutamento das FDI (Forças de Defesa de Israel), sairá da minha comissão — disse Edelstein, sem detalhar o que foi acertado ou prometido. — Em breve, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa iniciará as deliberações sobre a lei e a encaminhará para a segunda e terceira leituras. Estamos a caminho da história.

Diante do prolongamento da guerra em Gaza, iniciada em outubro de 2023, e da percepção de novas ameaças, como o Irã, tem crescido na sociedade israelense o sentimento de que os jovens ultraortodoxos que estudam em seminários — hoje isentos do serviço militar — sejam convocados, como acontece com todos os israelenses.

A isenção foi acertada na época da fundação de Israel, em 1948, em troca do apoio à criação de um Estado secular — mas, no ano passado, a Suprema Corte decidiu que eles deveriam ser convocados e servir nas Forças Armadas, assim como qualquer outro cidadão israelense, dando início a uma batalha política interna, na qual Netanyahu poderia ser uma das baixas. Desde o ano passado, foram feitas 25 mil convocações de jovens ortodoxos, e no mês que vem estão previstas mais 50 mil.

O debate ganhou novo fôlego na semana passada, quando representantes do Exército disseram que havia um déficit de 10 mil soldados, sendo 6 mil em funções de combate, e deixaram no ar suas opiniões sobre a convocação dos ultraortodoxos.

— Esta é uma necessidade operacional genuína, e é por isso que estamos tomando todas as medidas necessárias — disse o porta-voz do Exército, o brigadeiro-general Effie Defrin, apresentando o número de militares em falta durante uma entrevista coletiva televisionada, ao ser questionado sobre o recrutamento.

Parte da base do premier é formada por partidos religiosos, que se opõem à convocação e que, somados, têm 18 votos no Parlamento. Diante das fraturas na coalizão, os oposicionistas apresentaram o projeto de dissolução, contando com os votos dos ultraortodoxos. Durante as discussões, algumas dessas siglas ameaçaram votar contra o governo, mas foram apaziguadas pela tropa de choque de Netanyahu. Segundo lideranças parlamentares, as negociações sobre um projeto final para as convocações devem seguir pelos próximos dias: um desejo dos religiosos é cortar em até 50% o número de convocações.

Mesmo em minoria e com o acordo das siglas religiosas já firmado, a oposição colocou o projeto em votação, que recebeu 62 votos contra e 51 a favor, incluindo alguns deputados ultraortodoxos que não descartam deixar o governo, reduzindo a estreita maioria de Netanyahu. Com a derrota, um novo texto similar não poderá ser apresentado pelos próximos seis meses.

Caso fosse aprovado nesta quarta-feira, o projeto ainda enfrentaria meses de discussões, análises em comissões e uma nova votação em plenário antes de levar à dissolução de fato do Legislativo. Mas analistas afirmam que, caso Netanyahu fosse derrotado na primeira votação, seria um duro golpe contra seu governo, que poderia culminar com a convocação de eleições antecipadas — a votação está inicialmente marcada para outubro do ano que vem.

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Autor: Agência O Globo

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