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Quais os principais riscos do Tesouro Direto com guerra comercial em foco?

Quais os principais riscos do Tesouro Direto com guerra comercial em foco?

O investimento no Tesouro Direto, como alguns podem pensar, não é livre de riscos. Os títulos públicos são considerados os ativos mais seguros do Brasil, mas, mesmo assim, podem trazer prejuízos. Com o ambiente macroeconômico cheio de incertezas, alguns riscos ganham peso e conhecê-los pode fazer a diferença ao planejar a alocação na renda fixa pública

Algumas estratégias e papéis específicos se tornaram mais perigosos recentemente, mas isto não significa que o investidor deve evitá-los completamente, pontua Ângelo Belitardo, gestor da Hike Capital. “São boas opções para quem tem perfil compatível”, diz o especialista sobre papéis de longo prazo, que vêm se tornando mais arriscados nos últimos meses. Para ele, é preciso ter clareza sobre o objetivo e os riscos de uma aplicação.

Confira os principais riscos do momento no Tesouro Direto: 

Volatilidade

Com o avanço da guerra comercial, dólar rondando os R$ 6 e incertezas sobre o futuro da economia global, os preços devem oscilar mais no mercado monetário. Esta expectativa por volatilidade maior também se aplica ao Tesouro Direto, segundo Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos. 

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“A marcação a mercado pode gerar perdas temporárias para quem precisa sair antes do vencimento, mesmo que o papel seja considerado seguro se levado até o final”, destaca o especialista. A preocupação vale para títulos com pelo menos uma parte da remuneração travada no momento da compra, como o Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+ (um híbrido entre prefixado e pós-fixado que acompanha a inflação). 

O cenário econômico atual é desafiador e tem juros altos, dificuldade para conseguir crédito e preços em alta, o que pode gerar a necessidade de resgate antecipado para alguns investidores e, por isto, a volatilidade se torna uma preocupação ainda maior. 

Perdas com especulação 

O aumento da volatilidade também amplia o risco de uma estratégia considerada arrojada: a especulação com os títulos públicos. A ideia é comprar híbridos ou prefixados à espera de uma queda nas taxas no curto ou médio prazo. Se a queda se concretizar, o especulador pode sair da aplicação antecipadamente com lucro, graças à marcação a mercado. 

Por outro lado, “se a curva de juros voltar a abrir, mesmo que momentaneamente, o investidor pode sofrer perdas significativas, especialmente em títulos longos e sem pagamento de cupom (juros semestrais)”, explica Belitardo. 

No pior cenário, os especuladores podem levar os títulos do Tesouro Direto até o vencimento e evitar perdas. Para eles, porém, isto já seria uma derrota, já que o dinheiro usado na especulação não é separado para investimentos de longo prazo e pode fazer falta antes do resgate. 

Investimentos de longo prazo 

Se a estratégia mais imediatista dos especuladores ganha ainda mais risco no ambiente macroeconômico atual, os títulos de longo prazo também podem ser considerados mais arriscados. Analistas explicam que é mais difícil prever os rumos da economia em 20 ou 30 anos, o que atrapalha na hora de avaliar se papéis de longo prazo valem a pena ou não. Em momentos de instabilidade, a previsão é ainda mais complicada. 

Lima explica que os títulos longos de inflação, como o Tesouro IPCA+ 2045, são os mais sensíveis à volatilidade atualmente. “Eles sofrem bastante com a oscilação das taxas de juros, justamente por terem duration elevada, o que significa que qualquer movimento na curva pode gerar grande variação negativa no preço”, explica Lima. O Tesouro Prefixado tem vencimentos mais curtos, mas a lógica é a mesma: quanto mais longo, maior o risco. 

Surto inflacionário

Ao comprar um prefixado, o investidor pode ter sua remuneração corroída pela inflação caso os preços disparem. Lucas Sigu, sócio-fundador da Ciano Investimentos, explica que “se você comprou um título pagando 14% ao ano nos próximos 5 anos e a inflação passar desse valor, você terá uma perda no poder de compra”. 

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A escalada abrupta da inflação não é o cenário-base do mercado monetário atualmente, mas as incertezas aumentam a preocupação com essa possibilidade. Mesmo que a inflação não atinja o mesmo valor que os prefixados pagam, qualquer alta muito acima das expectativas já seria prejudicial aos donos desses títulos. No exemplo, um IPCA de 9% ao ano significaria juro real de 5%, abaixo dos quase 8% que o Tesouro IPCA+ entrega hoje. 

Calote no Tesouro Direto?

Embora remotas, as chances de efetivação desse risco crescem enquanto o mercado considera a saúde fiscal do governo brasileiro ruim, lembra Lucas Sigu. “As contas do governo precisam estar boas para honrar esses pagamentos e ainda não vimos essa organização eficiente”. 

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Este é mais um fator de preocupação para investidores que apostam no longo prazo. “Para os próximos anos, vejo poucas chances de o investidor perder o dinheiro (alocado no Tesouro Direto), mas, se o governo não conseguir ajustar essas contas, o investidor de longo prazo corre, sim, um pouco de risco”, completa Sigu. 

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Autor: leonardogstos

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