Reserva de emergência e estratégia: o caixa como motor do crescimento do negócio


“Se tem uma certeza no mundo dos negócios, é que novas incertezas virão.” É com essa frase que Vivian Sesto, Head de Ações Comerciais da XP firmas, resume a necessidade de as companhias — especialmente as de pequeno porte — construírem um colchão monetário para enfrentar imprevistos.
Em entrevista à jornalista Mariana Amaro, no podcast Do Zero ao Topo, a executiva detalhou como essa estratégia simples pode ser a diferença entre afundar ou atravessar crises com mais segurança e visão de longo prazo.
A primeira orientação de Vivian é estabelecer uma reserva de caixa mínima, voltada a proteger o negócio em momentos de crise — como os diversos episódios políticos, econômicos e sanitários vividos pelo Brasil na última década.
“Toda firma deve avaliar seus custos fixos mensais e reservar de 3 a 6 meses desse valor na conta PJ”, explica. Essa reserva garante que, mesmo em meio à instabilidade, o empreendedor possa manter a operação e negociar com fornecedores e parceiros de forma mais estratégica.
Esse fôlego monetário não apenas assegura a sobrevivência do negócio, como também permite que o empreendedor aproveite oportunidades que surgem em meio à turbulência.
“Com uma reserva mínima, a firma se estrutura para proteger o presente e desenhar o futuro”
Além disso, o conceito de caixa mínimo está longe de ser exclusivo das grandes corporações. Vivian reforça que é especialmente importante para as pequenas e médias firmas, que respondem por cerca de 95% dos CNPJs ativos no país — segundo dados mencionados por ela na entrevista.
As dores e oportunidades das pequenas firmas
Para firmas menores, que enfrentam desafios como alta carga tributária, carência de recursos humanos qualificados e limitação de tecnologia, a profissionalização da gestão do caixa é ainda mais urgente. Segundo Vivian, muitos desses negócios nem sequer têm uma equipe financeira estruturada, o que dificulta decisões estratégicas.
Mesmo com equipes reduzidas, a especialista defende a importância de avaliar constantemente a cultura da firma e a adequação do time: “Será que você recontrataria as pessoas que estão hoje com você? Está feliz com quem escolheu para caminhar ao seu lado?”.
O alinhamento entre a liderança e os colaboradores é essencial para implementar rotinas de controle e previsibilidade.
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A executiva também apresenta um conceito essencial para a estruturação firmarial: a pirâmide de negócios. Nela, a base representa a operação, o meio cuida da tática, e o topo concentra a estratégia — tarefa insubstituível do empreendedor.
“É papel do dono pensar no futuro e tomar decisões estratégicas. Por isso, ele precisa se perguntar: será que estou acumulando funções que me impedem de ocupar essa posição?”
Com processos claros e divisão de tarefas, as pequenas firmas começam a construir uma base mais sólida. “Uma estrutura minimamente organizada dá mais segurança para o empresário e prepara o terreno para a firma escalar.”
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Aprendendo com os gigantes: como as grandes firmas gerenciam o caixa
Com quase duas décadas de experiência no setor monetário — incluindo passagens pelas áreas de private banking e corporate da XP —, Vivian compartilha boas práticas observadas em grandes companhias e que, segundo ela, podem ser adaptadas por negócios de qualquer tamanho.
Depois de constituída a reserva mínima, o próximo passo é instituir uma política de investimento para o caixa. “Trata-se de definir, com base na sazonalidade do negócio e na previsibilidade de receitas e despesas, como e onde esse dinheiro será aplicado de forma segura, líquida e rentável”, afirma.
Essa política funciona como um manual interno que orienta decisões financeiras, garante autonomia para diretores e evita ruídos entre sócios — especialmente em firmas familiares, com diferentes perfis de risco.
“O que é conservador para um, pode parecer arriscado para outro. Ter um documento claro evita conflitos e dá transparência às escolhas”
Além disso, a política de investimentos detalha elementos como prazos, tipos de fundos, rentabilidade esperada e até instituições financeiras autorizadas a custodiar os recursos. “No Brasil, onde o custo de capital é historicamente alto, quem souber trabalhar bem o caixa consegue transformar liquidez em oportunidade.”

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Como rentabilizar o caixa do dia a dia sem cair em armadilhas
Mesmo sem reservas de médio ou longo prazo, todas as firmas podem — e devem — trabalhar a eficiência do caixa do giro, aquele usado para as despesas do cotidiano. “É o caixa nervoso”, brinca Vivian. E é justamente nesse ponto que muitos empresários acabam pagando mais do que deveriam em impostos.
Ao aplicar recursos de curto prazo em soluções com prazos inferiores a 30 dias, a firma paga IOF e Imposto de Renda sobre a rentabilidade. “Existe uma única solução no mercado hoje que evita esse impacto e permite rentabilidade mesmo no curtíssimo prazo”, aponta.
Vivian defende que a gestão eficiente do caixa deve estar no radar desde o primeiro CNPJ, independentemente do porte do negócio.
“É um erro pensar que isso é coisa só de firma grande. Quanto mais cedo o empreendedor internalizar essas práticas, maiores serão as chances de crescimento sustentável.”
Para ela, o segredo está em combinar proteção com estratégia: criar colchões monetários, manter disciplina e profissionalizar as decisões. “Ter dinheiro parado não é sinônimo de segurança, e sim de desperdício. Já ter uma política clara e alinhada com os sócios transforma o caixa em alavanca de crescimento.”
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Autor: osniralves