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Retaliação da China ao tarifaço dos EUA leva caos aos mercados globais; veja os desempenhos

Os mercados globais devem enfrentar um novo dia de caos nesta sexta-feira (4), com um novo capítulo da guerra comercial iniciada pelo presidente americano Donald Trump. Após o anúncio do pacote de tarifas recíprocas, na quarta-feira (2), a China, uma das principais afetadas pela medida, anunciou uma retaliação às importações americanas.

O gigante asiático foi um dos principais afetados pelo tarifaço dos EUA, com alíquotas de 34% a importações chinesas, que se somam à tarifação anterior de 20% que está em vigor. Como resposta, Pequim anunciou taxas de 34% a todos os bens importados dos EUA já para o próximo dia 10.

Separadamente, o Ministério do Comércio da China disse adicionou 11 firmas americanas à sua lista de “entidades não confiáveis”, impedindo-as de fazer negócios na China ou com firmas chinesas. O ministério impôs um sistema de licenciamento para restringir as exportações de sete elementos de terras raras que são minerados e processados ​​quase exclusivamente na China e são usados ​​em tudo, de carros elétricos a bombas inteligentes.

Bolsas em queda, no Brasil e no mundo

O Ibovespa abriu o pregão desta sexta-feira em queda forte. Às 10h14, logo após a abertura, o índice caía 2,15%, a 128.315,43 pontos. Apenas uma ação da carteira teórica do IBOV tinha alta, a SLC Agrícola (SLCE3), que subia 1,61%.

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No mesmo horário, os índices futuros das bolsas de Nova York indicavam um novo tombo para a abertura do último pregão da semana. O futuro do Dow Jones caía 2,64%; o do S&P 500, 2,48%; e o do Nasdaq tinha queda de 2,65%.

O contra-ataque chinês também fez o VIX, índice de volatilidade conhecido como “termômetro do medo” em Wall Street, saltar mais de 40%. É o maior nível desde agosto de 2024.

As bolsas europeias também operam em forte baixa na manhã desta sexta-feira, ampliando os tombos da véspera, à medida que investidores seguem evitando ativos de maior risco – caso das ações – após o último tarifaço do governo Trump. Pela manhã, o índice pan-europeu Stoxx 600 caía 4,68%, a 498,64 pontos, depois de amargar queda de 2,57% na quinta-feira, no seu pior desempenho em oito meses.

Em Londres, a queda era de 4,22%, enquanto a bolsa de Paris perdia 4,68% e a de Frankfurt cedia 5,43%. Com queda mais expressiva, a bolsa de Milão tinha queda de 7,50%.

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Entre as principais bolsas da Ásia, que já fecharam o pregão, o índice Nikkei caiu 2,75% em Tóquio, a 33.780,58 pontos, atingindo o menor nível desde 5 de agosto do ano passado, à medida que a última rodada de tarifas dos EUA gerou incertezas sobre a perspectiva de crescimento global e a trajetória do juro básico do Banco do Japão (BoJ). Ações de chips e financeiras lideraram as perdas no mercado japonês.

As bolsas da China continental, de Hong Kong e de Taiwan não operaram hoje em função de um feriado.

Depois da queda, dólar volta a alta forte

O mercado de câmbio passa por uma virada na manhã desta sexta-feira, com impacto especial nas moedas emergentes. Às 09h20, o dólar hoje tinha alta forte de 2,05% ante o real, a R$ 5,744. O desempenho reverte praticamente toda a queda registrada na véspera, quando a moeda americana se desvalorizou 1,2% e bateu o menor valor desde outubro de 2024, a R$ 5,62.

O acirramento das tensões entre EUA e China pesa especialmente sobre moedas emergentes; além do real, o peso mexicano e o rublo russo também caem. Contra divisas fortes, o dólar ainda opera em queda.

Commodities também sofrem

A resposta da China aos EUA também ajuda a derrubar o preço das commodities no exterior. Pela manhã, por volta de 8h34 (de Brasília), o petróleo WTI para maio caía 8,53%, a US$ 61,24 o barril, e o Brent tombava 7,90%, a US$ 64,60 o barril. Ambos renovaram os menores níveis desde abril de 2021, durante a pandemia da covid-19, com a piora no sentimento de risco global.

O cobre também ampliou perdas entre commodities e renovou mínima em um mês, desde 4 de março, depois que a China anunciou tarifas para os EUA e um novo conjunto de restrições para terras raras, movimento que reflete uma baixa generalizada entre metais industriais. No mesmo horário, o metal caía 5,09%, a US$ 4,5860 a libra-peso em Nova York, e 4,68%, a US$ 8.894 por tonelada em Londres. Outros metais básicos também recuavam entre 1,6% a 4,7% em Londres.

Quinta-feira já tinha sido de perdas globais

Na quinta-feira (3), o pregão já tinha sido caótico. O Brasil conseguiu se segurar, com uma leve queda de 0,04% no Ibovespa e um alívio no câmbio, que bateu R$ 5,62 após uma perda de 1,2% do dólar. Lá fora, no entanto, o impacto foi maior.

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Em Nova York, o Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq tiveram a maior queda diária desde março de 2020, com baixas de 3,98%, 4,84% e 5,97%, respectivamente. As Sete Magníficas – grupo composto pelas maiores firmas americanas de tecnologia Apple (AAPL), Microsoft (MSFT), Amazon (AMZN), Nvidia (NVDA), Alphabet (GOOGL), Meta (META) e Tesla (TSLA) – perderam US$ 1,032 trilhão em valor de mercado. Desde a posse de Trump, em 20 de janeiro, as big techs já diminuíram em US$ 3,4 tri.

As bolsas europeias e asiáticas também não escaparam. Em Londres, o FTSE 100 recuou 1,55%, enquanto o DAX, de Frankfurt, caiu 3,08%. O CAC 40, de Paris, teve queda de 3,31%, e, em Madri, o Ibex 35 caiu 1,08%. Já o FTSE MIB, de Milão, recuou 3,60%.

Na Ásia, o clima dos mercados também foi negativo. O índice japonês Nikkei caiu 2,77% em Tóquio, sob o peso de ações de chips e de bancos, enquanto o Hang Seng recuou 1,52% em Hong Kong, e o sul-coreano Kospi cedeu 0,76% em Seul. Na China continental, o Xangai Composto teve perda modesta, de 0,24%, e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 1,10%. O mercado em Taiwan não operou hoje em função de um feriado. No caso de taiwanês, as tarifas impostas pelos EUA chegam a 32%.

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*Com informações do Broadcast

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Luíza Lanza

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