Serviços, tecnologia, recursos naturais… Que setores têm mais escassez de talentos?


Alguns setores da economia brasileira enfrentam grandes dificuldades para encontrar profissionais qualificados. É o que revela um novo capítulo do estudo Tendências de RH, da consultoria global Korn Ferry, compartilhado com exclusividade ao InfoMoney. Foram ouvidas 717 firmas de diversos segmentos na América Latina, sendo 298 delas no Brasil.
O setor de serviços lidera o ranking de escassez de talentos (63%), seguido por alta tecnologia (60%), recursos naturais (59%), construção e materiais (58%), bens industriais (57%), óleo e gás (50%), entre outros. Confira a lista completa logo abaixo.
Vale lembrar que essa escassez é um fenômeno observado tanto no Brasil quanto no restante do mundo há algum tempo, resultado de transformações profundas no mundo do trabalho – como os avanços tecnológicos -, da distância entre as competências exigidas pelas firmas e as habilidades dos profissionais disponíveis, além das mudanças nos próprios interesses e expectativas dos trabalhadores.
“Essa é uma realidade que temos acompanhado de forma bastante próxima. Setores como alta tecnologia, construção, óleo e gás e recursos naturais têm enfrentado uma pressão crescente para atrair e reter talentos qualificados, o que tem impulsionado uma movimentação mais estratégica por parte das firmas”, disse Aline Riccio, líder de projetos de recrutamento para a América do Sul na Korn Ferry.
Sua firma está enfrentado escassez de talentos?
Setor | % Sim | % Não |
---|---|---|
Óleo e Gás | 50% | 50% |
Recursos Naturais | 59% | 41% |
Serviços Públicos | 24% | 76% |
Construção e Materiais | 58% | 42% |
Transporte | 43% | 57% |
Bens Industriais | 57% | 43% |
Varejo | 46% | 54% |
Bens de Consumo | 27% | 73% |
Serviços monetários | 25% | 75% |
Alta Tecnologia | 60% | 40% |
Serviços | 63% | 38% |
Produtos Químicos | 25% | 75% |
Saúde | 43% | 57% |
O que as firmas estão fazendo para atrair talentos?
As firmas têm adotado estratégias específicas para atrair profissionais, em especial os da geração Z – nascidos entre 1995 e 2010 -, que transformaram a dinâmica do ambiente corporativo e rejeitaram a forma de trabalho dos Boomers, nascidos entre 1946 e 1964.
Entre as ações mais comuns estão a oferta de flexibilidade no trabalho (como jornada flexível e home office), benefícios atrativos (como Gympass), programas estruturados de diversidade, iniciativas de formação de jovens talentos (como programas de estágio, trainee e jovem aprendiz), oferta de cursos (treinamentos, graduação e pós-graduação), bonificações de contratação e políticas internas de indicação.
“As firmas que têm se destacado na atração de talentos em segmentos com maior escassez são aquelas que compreenderam essa transformação e adotaram uma abordagem mais estratégica. Hoje, não se trata apenas de oferecer um bom salário – embora isso ainda seja relevante -, mas de apresentar um pacote completo que envolva propósito, cultura inclusiva, flexibilidade e oportunidades reais de desenvolvimento”, afirmou Aline.
Sua firma está tomando alguma ação para encontrar talentos?
Setor | % Sim | % Não |
---|---|---|
Óleo e Gás | 67% | 33% |
Recursos Naturais | 89% | 11% |
Serviços Públicos | 83% | 17% |
Construção e Materiais | 87% | 13% |
Transporte | 80% | 20% |
Bens Industriais | 67% | 33% |
Varejo | 83% | 17% |
Bens de Consumo | 67% | 33% |
Serviços monetários | 67% | 33% |
Alta Tecnologia | 33% | 67% |
Serviços | 80% | 20% |
Produtos Químicos | 50% | 50% |
Saúde | 0% | 100% |
Escassez como oportunidade
Se por um lado a falta de talentos representa um desafio para as firmas, por outro é também uma oportunidade para profissionais que buscam recolocação ou desejam migrar de área.
Segundo Aline, os candidatos mais valorizados hoje são aqueles que aliam domínio técnico a habilidades comportamentais, como adaptabilidade, pensamento crítico, colaboração e boa comunicação. “Candidatos que adotam uma postura proativa de desenvolvimento e aprendizado constante tendem a ter mais destaque, independentemente da área”, completou.
Onde estão as vagas?
A escassez de talentos se distribui de forma desigual pelo país. No Sudeste, especialmente em São Paulo, há demanda alta por profissionais nas áreas de tecnologia e serviços monetários. No Sul, a maior carência está em funções técnicas ligadas à engenharia e à indústria, refletindo o peso dos polos industriais da região. Já no Norte e Nordeste, grandes projetos nos setores de energia e óleo e gás têm impulsionado a busca por profissionais qualificados, que muitas vezes não estão disponíveis localmente.
Atualmente, segundo a especialista, os profissionais podem encontrar oportunidades com mais facilidade em redes sociais profissionais como o LinkedIn. Além disso, o networking ativo em eventos, fóruns, comunidades digitais e até grupos de WhatsApp tem se mostrado eficaz. “Programas de indicação estruturados também têm ganhado espaço como canais internos relevantes para recomendação e captação de talentos qualificados”, afirmou Aline.
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Autor: lucasgmarins