STF investiga líder do governo na Câmara por suposta ligação com desvios em emendas


O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de um novo inquérito para apurar o envolvimento de autoridades com foro privilegiado na destinação supostamente irregular de emendas parlamentares. Entre os citados está o deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo Lula na Câmara. A informação foi divulgada pelo O Globo e confirmada pelo InfoMoney.
A investigação é um desdobramento da operação da Polícia Federal deflagrada na terça-feira (8), que teve como alvo principal o deputado Júnior Mano (PSB-CE).
Segundo a PF, o esquema envolvia a cobrança de propina de até 12% para liberar recursos públicos a prefeituras cearenses.

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Além de Guimarães, os nomes de Eunício Oliveira (MDB-CE), ex-presidente do Senado, e Yury do Paredão (MDB-CE) também surgiram em diálogos interceptados pela PF com Carlos Alberto Queiroz, conhecido como Bebeto do Choró, apontado como operador político do esquema. Bebeto foi eleito prefeito de Choró (CE), mas não assumiu o cargo por decisão da Justiça Eleitoral e está foragido.
Em trocas de mensagens apreendidas no celular de Bebeto, há relatos sobre a destinação de emendas parlamentares a municípios específicos mediante pagamento de propina. Uma ex-prefeita de Canindé relatou à PF que se recusou a devolver parte dos valores de emendas e, por isso, rompeu com o grupo político de Júnior Mano.
Em uma das conversas, Bebeto teria mencionado uma suposta emenda de R$ 2 milhões atribuída a Guimarães para o município de Choró. Em outro momento, diz ter ouvido de Eunício que R$ 1 milhão em emendas seriam enviados a Canindé. A investigação aponta também o favorecimento de firmas próximas ao grupo político por meio de transferências voluntárias.
Deputados negam irregularidades
José Guimarães afirmou que não destinou verbas para Choró e Canindé. “Nas últimas eleições, fomos adversários políticos do prefeito de Choró. Em relação a Canindé, uma simples consulta ao Siafi mostra que não indiquei nenhuma emenda em 2024 ou 2025”, declarou em nota.
A assessoria de Eunício Oliveira informou que as emendas seguem critérios legais e transparentes e que o parlamentar já solicitou a suspensão de transferências ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Já Yury do Paredão declarou que seus recursos são públicos e podem ser consultados no Portal da Transparência da Câmara. A PF, no entanto, aponta mensagens trocadas entre o deputado e Bebeto tratando de aumento do teto de investimentos em “alguma cidade sua” — expressão que, para os investigadores, sugere familiaridade com o esquema.
Ao autorizar a abertura de uma nova investigação específica para apurar a eventual participação de políticos com foro privilegiado, Gilmar Mendes determinou que a apuração ocorra separadamente da investigação original, respeitando a competência do STF.
O novo inquérito visa aprofundar a análise sobre o uso irregular de recursos federais, incluindo emendas parlamentares e transferências especiais que, segundo a PF, teriam abastecido campanhas eleitorais de aliados de Júnior Mano nas eleições municipais de 2024.
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Autor: Marina Verenicz