Super Quarta pressiona juros no Tesouro Direto com Selic perto de 15% e expectativa pelo Fed
A expectativa em torno desta Super Quarta (18), com o Banco Central no Brasil e o Federal Reserve (Fed) anunciando suas decisões sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos, gerou pressão sobre as taxas dos títulos do Tesouro Direto nesta terça-feira (17).
Na abertura do Tesouro Direto, os títulos prefixados de 2028 ofereciam 13,53% ao ano de taxa, acima dos 13,51% do fechamento de segunda (16). Ao longo do dia, esse rendimento subiu para 13,62%. O Tesouro Prefixado 2032 também avançou, de 13,72% pela manhã para 13,79% às 15h27. Já o Tesouro Prefixado 2035 com juros semestrais passou de 13,86% na abertura para 13,92% na última atualização do dia.
Mercado dividido
No Brasil, o mercado está dividido em relação à decisão sobre a Selic. De um lado, cresce a aposta em uma nova alta de 0,25 ponto da taxa básica, atualmente em 14,75%, o que a levaria para 15% ao ano. Pesa nesta análise a deterioração do cenário fiscal, que dificulta o trabalho da política monetária. Embora a inflação corrente mostre arrefecimento (IPCA de maio veio abaixo das expectativas, fechando em 5,32% em 12 meses), o problema está nas expectativas, com o mercado não acreditando em inflação na meta, principalmente para 2026.
Do outro lado, uma parte relevante dos agentes acredita que o ciclo de aperto monetário chegou ao fim. A avaliação é de que os efeitos dos juros elevados já se fazem sentir sobre a economia, com desaceleração do crédito e recuo da inflação. Nesta visão, o atual patamar da Selic já seria suficientemente restritivo para conduzir a inflação de volta à meta ao longo do segundo semestre.
Prefixado de inflação sobe
O movimento de alta nas taxas desta terça (17) também se refletiu nos títulos públicos atrelados à inflação. No início do dia, o Tesouro IPCA+ 2029 oferecia rendimento real de IPCA + 7,54% ao ano, acima dos 7,50% do fechamento anterior. Ao longo da manhã, esse retorno avançou para IPCA + 7,58%. O papel com vencimento em 2040 também subiu levemente, passando de IPCA + 7,01% na abertura para 7,02% na última atualização. Já o Tesouro IPCA+ 2050 teve um ajuste marginal, saindo de IPCA + 6,98% pela manhã para 6,99% à tarde.
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Nos EUA, a expectativa é de que o Fed mantenha a taxa básica (fed funds) estável nesta quarta-feira (18), na faixa de 4,25% a 4,50%, continuando seu atual posicionamento cauteloso.
Desempenho do Tesouro Direto às 15h27 de terça (17):
Título | Rentabilidade anual | Investimento mínimo | Preço Unitário | Vencimento |
Tesouro Prefixado 2028 | 13,62% | R$ 7,23 | R$ 723,77 | 01/01/2028 |
Tesouro Prefixado 2032 | 13,79% | R$ 4,31 | R$ 431,61 | 01/01/2032 |
Tesouro Prefixado com juros semestrais 2035 | 13,92% | R$ 8,52 | R$ 852,83 | 01/01/2035 |
Tesouro Selic 2028 | SELIC + 0,0494% | R$ 167,48 | R$ 16.748,33 | 01/03/2028 |
Tesouro Selic 2031 | SELIC + 0,1080% | R$ 166,68 | R$ 16.668,40 | 01/03/2031 |
Tesouro IPCA+ 2029 | IPCA + 7,58% | R$ 34,04 | R$ 3.404,64 | 15/05/2029 |
Tesouro IPCA+ 2040 | IPCA + 7,02% | R$ 16,24 | R$ 1.624,73 | 15/08/2040 |
Tesouro IPCA+ 2050 | IPCA + 6,99% | R$ 8,34 | R$ 834,22 | 15/08/2050 |
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Autor: Leo Guimarães