Tendências: Ibov em correção, dólar em baixa e Nasdaq, S&P 500 e Bitcoin em alta


Em uma semana importante para os mercados, investidores estarão atentos à divulgação de indicadores econômicos que podem redefinir as expectativas em torno das políticas monetárias no Brasil e nos Estados Unidos. No cenário doméstico, o destaque fica por conta do IPCA de maio, previsto para terça-feira (10), com projeção de alta de 0,33% na base mensal. O dado é crucial para balizar os próximos passos do Banco Central, em meio à discussão sobre o fim do ciclo de cortes na Selic. Além do IPCA, outros indicadores, como o IGP-M (1ª prévia de junho), a Pesquisa Industrial Regional e a Pesquisa Mensal de Comércio, também entram no radar e ajudam a compor um retrato mais preciso da atividade econômica brasileira.
Já no exterior, os olhos do mercado estarão voltados para os dados de inflação dos EUA, com a divulgação do CPI e do PPI referentes a maio, previstos para quarta (11) e quinta-feira (12), respectivamente. Com expectativa de avanço de 0,30% no CPI, os números devem influenciar diretamente as apostas para os juros do Federal Reserve, num momento em que o banco central americano enfrenta o desafio de equilibrar o controle inflacionário com a manutenção do crescimento econômico. Indicadores complementares como os pedidos de auxílio-desemprego e a confiança do consumidor também serão monitorados de perto para medir a temperatura da economia americana.
Nesse ambiente carregado de incertezas e catalisadores macroeconômicos, os principais ativos monetários — como Ibovespa, dólar futuro, Nasdaq, S&P 500 e Bitcoin — tendem a reagir com maior volatilidade, ampliando a importância de uma leitura técnica apurada. A seguir, analisamos os gráficos desses ativos, com foco nas regiões de suporte, resistência e potenciais movimentos de curto prazo diante da nova rodada de dados econômicos.
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Análise técnica do Ibovespa
O Ibovespa segue em movimento corretivo no curto prazo, após renovar o topo histórico em 140.381 pontos no início de 2025. Na última semana, o índice fechou em queda pela terceira vez consecutiva e agora opera abaixo das médias móveis, o que reforça o enfraquecimento da tendência de alta. O gráfico diário também aponta a formação de um possível topo duplo, padrão técnico que sugere continuidade da correção caso perca níveis importantes.
O suporte mais imediato está entre 135.600/134.990 pontos, faixa que, se rompida, pode acelerar o fluxo vendedor com alvos intermediários em 132.870 e 129.700 pontos, além de um suporte mais longo em 122.530 pontos. Esses níveis devem ser monitorados de perto, especialmente se o volume vendedor ganhar força nos próximos dias.
Por outro lado, uma retomada da tendência de alta exigirá a superação das resistências em 137.120/137.975 pontos. Acima dessa faixa, o índice pode buscar novamente os 139.540 pontos e o topo histórico, seguido por projeções de continuação em 141.780 e 142.585 pontos.

Análise técnica do Dólar
O dólar futuro mantém sua trajetória descendente iniciada no fim de 2024, quando encontrou forte resistência na região dos 6.557 pontos. Desde então, o ativo vem renovando mínimas sucessivas ao longo de 2025, e na última semana registrou nova mínima do ano em 5.585 pontos. A desvalorização no ano já soma 12,61%, com queda de 3,07% apenas neste mês de junho.
Com recuo de 0,37% na última sessão, o viés técnico permanece de baixa. A perda dos 5.585 pontos pode acionar novo movimento de queda, com projeções em 5.561 e 5.492 pontos, mirando um alvo mais longo na região de 5.400/5.329 pontos. O gráfico diário mostra cinco candles consecutivos de baixa, reforçando a pressão vendedora dominante.
Para qualquer tentativa de reversão, o dólar precisaria romper com consistência a faixa de resistência entre 5.645,5/5.700 pontos. A superação dessa região poderia abrir espaço para alvos em 5.777,5/5.830 pontos, com resistência mais ampla nos 5.888/5.947 pontos. Por ora, o cenário favorece a continuidade da pressão vendedora.

Confira a análise dos minicontratos:
- Day Trade hoje: o que esperar dos minicontratos e do Ibovespa nesta segunda (09)
- Mini-índice (WINM25): confira os pontos de suporte e resistência nesta segunda (09)
- Minidólar (WDON25): Confira os pontos de suporte e resistência para esta segunda (09)
Análise técnica da Nasdaq
A Nasdaq apresenta uma recuperação consistente após atingir a mínima do ano em 16.542 pontos. Desde então, o índice mostrou forte entrada de força compradora e já acumula alta de 3,57% em 2025, sendo 1,97% apenas no mês de junho. Atualmente, o ativo é negociado a 21.761 pontos, acima das médias móveis no gráfico diário, o que indica manutenção do viés altista no curto prazo.
Para confirmar a continuidade da alta, a Nasdaq precisa romper a máxima da última semana e superar a resistência em 21.892 pontos. Caso esse nível seja vencido, o índice terá caminho livre para buscar o topo histórico em 22.222 pontos, com projeções de extensão em 22.625 e na faixa de 23.000/23.120 pontos.
Em contrapartida, qualquer sinal de enfraquecimento poderá ser observado caso o índice perca os suportes em 21.470/20.777 pontos. A perda dessa região pode levar o ativo a buscar a faixa de 20.290 pontos, com alvo mais profundo nos 19.150 pontos, o que configuraria uma reversão mais acentuada no curto prazo.

Análise técnica do S&P 500
O S&P 500 também demonstra sinais de recuperação após atingir a mínima de 2025 nos 4.835 pontos. Desde então, o índice subiu 2,02% no ano e 1,50% neste mês, sustentando movimento de alta no curto prazo. No gráfico diário, o ativo voltou a operar acima das médias móveis, o que reforça a força compradora que ganhou tração nas últimas semanas.
Para que esse movimento ganhe continuidade, o índice precisará romper a resistência em 6.017 pontos, o que abriria espaço para testar o topo histórico em 6.147 pontos. Caso a máxima histórica seja superada, os alvos técnicos projetados ficam em 6.195 e na faixa de 6.300/6.308 pontos, que funcionam como possíveis zonas de exaustão da alta.
Por outro lado, uma correção poderá ser acionada caso o índice perca os 5.940/5.888 pontos, com suporte mais abaixo em 5.767/5.720 pontos. Abaixo disso, o próximo alvo de baixa estaria em 5.580 pontos. A movimentação desta semana será decisiva para indicar se a recuperação será sustentada ou se haverá pressão de realização.

Confira nossas análises:
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Análise do Bitcoin
O Bitcoin mantém viés altista em 2025, com valorização acumulada de 13,80%, após renovar seu topo histórico em US$ 111.917. Desde a mínima do ano em US$ 74.393, o ativo entrou em forte movimento de alta. No entanto, desde que atingiu a máxima, o gráfico diário mostra sinais de consolidação e início de correção leve, com a criptomoeda oscilando abaixo das máximas.
Para retomar a trajetória de alta, será fundamental superar a faixa de resistência em US$ 106.885/109.453. Acima dela, o ativo volta a mirar o topo histórico, e o rompimento de US$ 111.917 pode impulsionar o ativo até os próximos alvos técnicos em US$ 112.540 e US$ 115.180, mantendo a perspectiva de renovação de topos.
Por outro lado, se perder o suporte entre US$ 104.080/101.615, o Bitcoin pode intensificar a correção com projeções de queda em US$ 98.000/92.950 e alvo mais profundo em US$ 88.720. A semana pode ser decisiva para definir se o ativo consolida novo impulso comprador ou entra em um ciclo de correção mais amplo.

IFR (14) – Ibovespa
O IFR (Índice de Força Relativa), é um dos indicadores mais populares da análise técnica. Medido de 0 a 100, costuma-se usar o período de 14. Leitura abaixo ou próxima de 30 indica sobrevenda e possíveis oportunidades de compra, enquanto acima ou próxima de 70 sugere sobrecompra e chance de correção. Além disso, o IFR permite a aplicação de técnicas como suportes, resistências, divergências e figuras gráficas. A partir disso, segue as cinco ações mais sobrecomprados e sobrevendidos do Ibovespa:

(Rodrigo Paz é analista técnico)
Guias de análise técnica:
- O que é uma linha de tendência na análise gráfica?
- O que são médias móveis e como usá-la para estratégia de Trade
- Bandas de Bollinger: como usar e interpretar?
Confira mais conteúdos sobre análise técnica no IM Trader. Diariamente, o InfoMoney publica o que esperar dos minicontratos de dólar e índice.
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Autor: Rodrigo Paz