As taxas dos títulos públicos de longo prazo aprofundaram o movimento de queda na tarde desta segunda-feira (30), acompanhando o recuo do dólar, que atingiu R$ 5,43, e dos rendimentos dos Treasuries. O alívio externo soma-se a dados domésticos mais fracos do mercado de trabalho, que ajudam a conter as expectativas de inflação.
Às 15h35, o Tesouro IPCA+ 2050 oferecia 6,78% ao ano, abaixo dos 6,90% registrados na sexta-feira. O Tesouro IPCA+ 2040 também recuou, para 6,90%. Já o Tesouro Prefixado 2032 caiu para 13,38%. As taxas curtas, por outro lado, operavam próximas da estabilidade.
No Brasil, o número de vagas formais criadas em maio foi de 148.992, abaixo das expectativas de mercado. O dado reforça a leitura de moderação da atividade e contribui para reduzir as projeções de pressão inflacionária, movimento que tende a aliviar os prêmios dos juros futuros, principalmente nos vértices mais longos.
Apesar do recuo, a tensão fiscal segue no radar dos investidores. O PSOL entrou com ação no STF pedindo a anulação da derrubada do pacote do IOF pelo Congresso. O governo também avalia recorrer à Corte, o que pode intensificar o embate com o Legislativo.
“Esse movimento pode esgarçar ainda mais a relação entre governo e Congresso”, apontou José Faria Júnior, sócio da Wagner Investimentos, em relatório.
Enquanto isso, os investidores monitoram os próximos desdobramentos da disputa entre Executivo e Legislativo, que mantém o risco fiscal como pano de fundo para os ativos locais.
Confira os juros pagos pelos títulos do Tesouro Direto às 15h35 desta segunda-feira (30):
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Autor: Paulo Barros
