Vale (VALE3), Usiminas (USIM5) e mais: o que esperar das mineradoras e siderúrgicas no 1º tri?

O banco Safra revisou as estimativas de resultados do primeiro trimestre para as firmas dos setores de mineração e siderurgia. Para as mineradoras, a expectativa é de que o desempenho deve ser pior na comparação com a mesma etapa do ano passado em razão da queda nos embarques de minério de ferro.

“Para a Vale (VALE3) e CSN Mineração (CSNA3), projetamos um declínio nos resultados devido aos embarques e preços realizados mais baixos de minério de ferro e ao maior custo por tonelada”, afirma o analista Ricardo Monegaglia, em relatório.

No caso da Vale, o Safra espera que o Ebitda (lucro, antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deve alcançar US$ 3,5 bilhões no trimestre, queda de 16% ante um ano. O valor, segundo o relatório, exclui as despesas com o acordo de ressarcimento em relação ao desastre de Brumadinho (MG).

“Estimamos o Ebitda mais baixo em razão dos menores envios de minério de ferro, cerca de 21% a menos, ou 64,2 milhões de toneladas – em meio a chuvas sazonalmente mais altas no Brasil.”

A receita da mineradora deve girar em torno de US$ 8,065 bilhões, o que representa uma queda de 20% na mesma base de comparação. Já o lucro da Vale deve alcançar, na visão do Safra, US$ 1,831 bilhão, 1% acima do consenso de mercado.

Segundo o relatório, a CSN Mineração deverá apresentar um Ebitda de R$ 1,456 bilhão no trimestre, uma queda de 28% ante um ano. Já a receita pode alcançar R$ 3,259 bilhões, recuo de 17% em relação ao primeiro trimestre de 2025 e o lucro da mineradora deve ser de R$ 1,055 bilhão.

“Os resultados devem ser impactados pelos preços do minério de ferro mais baixos, a US$ 59 a tonelada, 5% menores que o trimestre anterior, e uma queda de 14% nos embarques, 9,5 milhões de toneladas, em um trimestre sazonalmente mais fraco”, diz o relatório.

Siderurgia

De acordo com o relatório, no setor siderúrgico os resultados provavelmente serão mistos, já que a Usiminas (USIM5) e a CSN devem se beneficiar de preços mais altos no mercado doméstico, enquanto a Gerdau (GGBR4) deve ser prejudicada principalmente pelos embarques menores e um custo de produção superior na operação brasileira.

Segundo o Safra, a Gerdau deverá apresentar um Ebitda de R$ 2,206 bilhões, valor 8% abaixo em relação ao primeiro trimestre de 2024. Já a receita, na visão do banco, pode chegar a R$ 16,947 bilhões, pequena alta de 1% no comparativo com o ano anterior. E a estimativa de lucro é de R$ 1,225 bilhões, 25% acima do consenso de mercado, de R$ 982 milhões.

Para a Usiminas, o Safra estima um Ebitda de R$ 663 milhões no primeiro trimestre, aumento de 28% ante um ano, mas 5% abaixo do consenso de mercado, R$ 701 milhões. Segundo o banco, a expectativa é de que a divisão siderúrgica alcance um Ebitda 49% maior em relação ao trimestre anterior, a R$ 545 milhões, devido a preços domésticos 3% mais altos no período e custo estáveis.

“Os preços da tonelada devem se beneficiar de aumentos para todos os clientes, distribuição, automotivo e indústria. Inicialmente esperávamos uma queda no custo das mercadorias vendidas por tonelada, mas agora estimamos números sequencialmente estáveis devido à inflação nos custos denominados em dólar”, diz o relatório.

De acordo com o banco, a receita da companhia deve alcançar R$ 6,645 bilhões, o que corresponde a alta de 3% no comparativo trimestral, já o lucro pode chegar a R$ 267 milhões.

CSN, segundo o Safra, deve reportar um Ebitda de aproximadamente R$ 2,48 bilhões no primeiro trimestre, uma queda de 26% em relação ao trimestre anterior e 1% abaixo do consenso de mercado, de cerca de R$ 2,5 bilhões, já que resultados mais fracos na mineração, na siderurgia e no cimento superam a melhoria em logística e energia.

A receita, na estimativa do Safra, deve alcançar R$ 10,730 bilhões, queda de 11% em relação ao faturamento no primeiro trimestre de 2024. Segundo o banco, o lucro pode chegar a R$ 1,431 bilhão, 358% acima do consenso de mercado de R$ 313 milhões.