Valorização dos preços de imóveis residenciais chega a 3,33% no 1º semestre

O mercado imobiliário residencial brasileiro encerrou o primeiro semestre de 2025 com uma valorização importante. Entre janeiro e junho, os preços de venda de imóveis subiram em média 3,33% nas 56 cidades monitoradas pelo Índice FipeZAP. O indicador supera a inflação ao consumidor oficial medida pelo IPCA no período, que ficou em 3,01%, e contrastando com a deflação de 0,94% apurada pelo IGP-M, o chamado índice dos aluguéis.

Segundo a economista do Grupo OLX, Paula Reis, apesar desse aumento no primeiro semestre de 2025, o ritmo de valorização mostrou leve desaceleração em relação ao mesmo período do ano passado, quando o Índice FipeZAP havia subido 3,56%.

“Comparando com a variação do IPCA, a valorização real dos preços também se reduziu, pois a inflação acumulada até junho de 2024 era de 2,5% e o acumulado até junho de 2025 é de 3,01%. Isso sinaliza que o momento é de ajuste no mercado, influenciado pelo aumento da taxa Selic e pelo esgotamento dos recursos da poupança habitacional, que encareceram o crédito imobiliário”, afirma.

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A economista avalia ainda que, para os próximos meses, a tendência é de moderação no ritmo de alta dos preços: “Com o financiamento mais restrito, a demanda por imóveis vem perdendo a força, reduzindo a pressão sobre os preços e indicando uma tendência mais contida para o segundo semestre, cuja expectativa é de um cenário de crédito mais caro e seletivo”.

Vitória, Salvador e João Pessoa puxam alta

Entre as capitais, Vitória se destacou com forte alta acumulada de 11,88% no semestre, seguida por Salvador, com aumento de 9,86% e João Pessoa com 9,20%. Esses resultados, inclusive, colocam as três cidades como líderes absolutas na valorização dos preços residenciais no país até agora em 2025. Em contrapartida, apenas Goiânia registrou queda no período, com recuo de 0,64% nos preços de venda.

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Balanço de junho

No total, o Índice FipeZAP apontou elevação média de 0,45% nos preços de imóveis residenciais em junho, similar ao aumento de 0,46% verificado em maio. O comportamento dos preços também varia entre os tipos de imóveis. Aquelas unidades com um dormitório tiveram valorização mais intensa, subindo 0,61%, enquanto imóveis com quatro ou mais dormitórios tiveram a menor alta de 0,18%.

Entre as capitais, no mês de junho Vitória voltou a liderar com aumento de 2,71% nos preços, seguida por Fortaleza com 1,91%, São Luís 1,58%, Belém 1,52% e Salvador 1,14%. Já Campo Grande registrou um recuo de 1,18% e Brasília 0,87%, ficando entre as maiores quedas mensais.

Desaceleração em 12 meses

Nos últimos 12 meses encerrados em junho, o índice acumulou alta de 7,49%,  ritmo mais lento em relação aos meses anteriores, mas ainda acima da inflação ao consumidor no mesmo período de 5,37% e do IGP-M com alta de 4,39%. Em 12 meses, Vitória subiu 21,13%, Salvador 20,37% e João Pessoa 17,14% também lideram o ranking das maiores valorizações.

Preço do metro quadrado

Em junho, o preço médio dos imóveis residenciais anunciados nas cidades monitoradas foi de R$ 9.319 por metro quadrado. Unidades de um dormitório mantêm o maior valor médio, de R$ 11.246 por metro quadrado, enquanto as de dois dormitórios registraram o menor de R$ 8.392 por metro quadrado. Entre as capitais, Vitória apresentou o metro quadrado mais caro do país, a R$ 13.711, seguida por Florianópolis (R$ 12.355) e São Paulo (R$ 11.613).

Perspectivas

Os resultados do primeiro semestre de 2025 reforçam o movimento de alta dos preços residenciais em grande parte do país, mesmo com indicadores que mostram inflação moderada e sinais de desaceleração no ritmo de valorização em 12 meses. A combinação de juros altos e restrição no crédito tende a frear novas altas expressivas, enquanto a demanda segue aquecida em muitas capitais, sustentando patamares elevados de preços médios no mercado residencial, segundo o Índice FipeZap.

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