Veja o fechamento das Bolsas de NY, juros dos EUA e dólar hoje com avanço de projeto de lei de Trump
As bolsas de Nova York fecharam sem sintonia no primeiro pregão do segundo semestre. Nesta terça-feira (1º), o S&P 500 e Nasdaq recuaram em consolidação após terem marcados recordes na sessão anterior. O Dow Jones subiu 400 pontos em um movimento destoante que contou com o impulso das ações da Unitedhealth, ainda que a queda da Nvidia tenha tirado pontos do índice. O mercado assimilava a aprovação pelo Senado dos EUA, por um placar apertado, do projeto de lei fiscal proposto pelo presidente Donald Trump. Os títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano (Treasuries) também operaram em direções distintas, enquanto o dólar caiu.
O Dow Jones fechou em alta de 0,91%%, aos 44.494,94pontos; o S&P 500 cedeu 0,11%, aos 6.198,01 pontos; e o Nasdaq fechou em baixa de 0,82%, aos 20.202,89 pontos.
O Senado dos EUA aprovou o projeto de lei fiscal por 51 votos a favor e 50 contrários, com o vice-presidente JD Vance dando o voto de desempate. O texto voltará para apreciação na Câmara.
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As ações de firmas ligadas à produção de energia renovável avançaram, após o Senado aprovar o projeto orçamentário com remoção de um imposto especial sobre projetos eólicos e solares do texto. A Sunrun saltou 10,5%, a SolarEdge ganhou 7,16% e a NextEra Energy, 5,21%.
Na direção oposta, a Tesla cedeu 5,34%. O CEO da montadora, Elon Musk, criticou o projeto de lei de Trump, que respondeu sugerindoque o Departamento de Eficiência Governamental (Doge) deveria analisar os subsídios governamentais das firmas de Musk.
A Coinbase caiu 4,33%, após a plataforma de criptomoedas se tornar a ação com melhor desempenho no S&P 500 durante o segundo trimestre. A Coinbase disparou mais de 106% de abril a junho diante do ambiente regulatório mais flexível.
A Unitedhealth subiu 4,5%, enquanto a Nvidia perdeu 2,97% após ter alcançado quase US$ 4 trilhões em valor de mercado.
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A Nike subiu 3,34%, a US$ 73,41 após a Argus Research elevar a recomendação para os ativos de manter para compra com preço-alvo inalterado de US$ 85.
À espera do payroll, dados distintos chegaram ao mercado hoje. O PMI industrial e as vagas do relatório Jolts ficaram acima do esperado, enquanto houve queda inesperada nos investimentos em construção nos EUA e o PMI do ISM subiu menos que o esperado. Já o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que a maioria dos membros do BC americano vê a possibilidade de reduzir as taxas de juros “em algum
momento” neste ano.
Juros dos EUA operam sem sinal único
Os juros dos Treasuries operaram em sem sinal único hoje, com avanço dos longos, em uma sessão que contou com declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, BC dos EUA), Jerome Powell, sinalizando espaço para um potencial corte de juros antecipado, indicadores da economia americana, avanço do projeto orçamentário no Senado dos Estados Unidos e novos desdobramentos das disputas tarifárias.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos subia a 3,774%. O rendimento da T-note de 10 anos avançava a 4,247%, enquanto o T-Bond de 30 anos recuava para 4,770%.
Powell disse que a maioria do comitê do Fed sente que é possível reduzir as taxas de juros “em algum momento” neste ano. Questionado se julho é cedo para considerar uma redução, ele defendeu que “dependerá de dados”. “Vamos ponderar se podemos seguir com reduções de juros ainda neste ano. Nossa política hoje é modestamente restritiva”, afirmou, ao ressaltar que o mercado de trabalho americano é sólido e que a economia do país “está em ótima posição”. Hoje, a abertura de postos de trabalho nos EUA se mostrou mais forte que o esperado, enquanto a indústria e a construção ficaram levemente abaixo das projeções.
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O Wells Fargo avalia que o projeto de lei orçamentário proposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que foi aprovado no Senado e deve ser votado em breve pela Câmara, representa a consolidação fiscal do republicano. O banco projeta que o impacto fiscal da medida será relativamente contido no curto prazo. O Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês) destaca que projeto elevará o déficit orçamentário federal em cerca de 0,8% do PIB em 2026 e 0,4% em 2027. No entanto, o Wells destaca que “aumentos nas receitas de tarifas devem compensar grande parte desse custo”, mantendo o déficit próximo do patamar atual de 6,5% do PIB nos próximos anos.
Powell afirmou hoje que o nível da dívida atual dos Estados Unidos é “sustentável, mas o caminho dessa dívida não é”. Ele ainda acrescentou que a trajetória da dívida pública “terá que ser enfrentada mais cedo ou mais tarde” pelo governo.
Trump endureceu o discurso contra o Japão, ameaçando imposição de tarifas de importação entre 30% e 35%. “Temos ótima relação com o Japão mas eles têm sido injustos no comércio”, afirmou Trump, para quem o país asiático e outros “ficaram mimados por terem nos roubado por tantas décadas”. Ainda, Trump negou considerar a hipótese de estender o prazo de 9 de julho para o estabelecimento das tarifas recíprocas.
Moedas globais: dólar mantém fraqueza
O dólar mantinha a fraqueza registrada nos primeiro seis meses de ano, quando teve sua pior performance no primeiro semestre desde 1973. A moeda foi negociada em queda ante o iene e próximo da estabilidade frente ao euro. A libra esterlina se manteve firme.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em queda de 0,06%, a 96,819 pontos, após computar baixa de 10,7% no semestre passado. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar caia a 143,79 ienes, o euro se depreciava a US$ 1,1788 e a libra tinha alta a US$ 1,3740.
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O dólar chegou a ganhar, brevemente, fôlego com a aprovação do projeto de lei de impostos e gastos do presidente Donald Trump no Senado, que pode impulsionar a economia, mas deve ampliar o déficit do país, um fator nocivo para a moeda americana. Mas o movimento do dólar logo se esvaiu enquanto os investidores aguardam o payroll. A sessão trouxe dados sólidos do mercado de trabalho nos EUA e alguns relatórios do PMI industrial mostram que a atividade praticamente não foi afetada pelas tarifas.
O dólar provavelmente se depreciará ainda mais, já que enfrenta uma série de ameaças, afirmou Kit Juckes, do Société Générale, em nota. Essas ameaças incluem o crescimento mais lento dos EUA e a inflação mais alta devido às tarifas, afirmou. A confiança no compromisso do Federal Reserve (Fed) com a inflação baixa também pode ser corroída por mudanças na equipe do BC ou em seu mandato. “O que o dólar tem a seu favor é que muitas notícias negativas já estão precificadas nos níveis atuais.”
Por sua vez, o euro perdeu ímpeto após máxima em mais de três anos frente ao dólar na véspera. O dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do BC da Letônia, Martins Kazaks, disse que o BCE fará no máximo pequenos ajustes adicionais nos juros básicos, mas comentou que se o euro continuar se valorizando, as chances de uma nova redução de juros aumentarão.
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Esta notícia foi originalmente publicada em:
Fonte original
Autor: Estadão Conteúdo