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Veja o fechamento das Bolsas de NY, juros dos EUA e dólar hoje com nova pressão de Trump sobre China

As bolsas de Nova York fecharam a quarta-feira (16) em queda, em meio à pressão renovada do governo americano em sua guerra comercial contra a China, o que turva o cenário para a política monetária, como evidenciou o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, na tarde desta quarta-feira. O destaque negativo do dia foram as ações de tecnologia, que despencaram após a Nvidia anunciar que agora será necessário obter uma licença para exportar suas unidades de processamento gráfico (GPUs) para a China. Os títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano (Treasuries) e o dólar também caíram hoje.

O Dow Jones caiu 1,73%, aos 39.669,33; o S&P 500 recuou 2,24%, aos 5.275,70; e o Nasdaq despencou 3,07%, aos 16.307,16 pontos. Os dados são preliminares.

O apetite por risco no mercado de ações também foi prejudicado por falas de Powell, que reconheceu que as tarifas podem provocar inflação e desaceleração da economia dos EUA. Mais cedo, as vendas no varejo americano em março surpreenderam positivamente, com analistas identificando compras antecipadas de alguns produtos diante do risco de tarifas.

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A Nvidia caiu 6,87%, atenuando baixa que chegou a ser de 10%, após revelar que as vendas de seus chips H20 para a China exigirão uma licença “por tempo indeterminado” do Departamento de Comércio americano. A informação foi confirmada pelo governo americano. A Nvidia também afirmou que registrará encargos de até US$ 5,5 bilhões em seu primeiro trimestre fiscal, relacionados ao estoque dos chips H20 e vendas canceladas.

Outras fabricantes de chips também registraram quedas. A Broadcom e a Micron Technology recuaram 2,4% e a Advanced Micro Devices (AMD) teve declino de 7,3%. O governo dos EUA também exigirá licença para a exportação dos chips de IA MI308 da AMD. A companhia disse que uma avaliação inicial indica que a exigência poderá resultar em encargos de até US$ 800 milhões.

Na contramão do mercado, as ações da Hertz saltaram 56,4% depois que a Pershing Square, do gestor de fundos hedge Bill Ackman, revelou ter assumido uma participação significativa na locadora de veículos.

Juros dos EUA recuam

Os juros dos Treasuries operam em queda nesta quarta-feira (16), à medida que investidores digerem o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. Durante uma conferência em Chicago, Powell afirmou que o impacto das tarifas sobre a economia americana continua incerto.

Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos caía a 3,775%. O rendimento do título de 10 anos recuava para 4,280%, enquanto o T-Bond de 30 anos cedia a 4,747%. Os rendimentos já haviam iniciado o dia em baixa, intensificando a queda após o discurso de Powell e o leilão de títulos de 20 anos, que teve demanda dentro da média recente.

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O presidente do Fed destacou que as políticas do governo de Donald Trump ainda estão “evoluindo”, e seus efeitos “permanecem altamente incertos”. “Não há experiência moderna lidando com tarifas deste porte”, acrescentou.

Os investidores também monitoram dados econômicos dos EUA. Em março, as vendas no varejo subiram 1,4%, enquanto a produção industrial caiu 0,3%. Analistas indicam que o aumento nas vendas pode refletir uma corrida de consumidores para antecipar compras antes da implementação das tarifas.

Analistas do Wells Fargo, destacam que os gastos em restaurantes indicam que a alta não se deve apenas à antecipação de compras. O índice de confiança das construtoras subiu para 40 em abril, embora a NAHB tenha alertado para o impacto das tarifas nos custos dos materiais.

No cenário geopolítico, aumentaram as esperanças de reaproximação diplomática, após a China sinalizar disposição para retomar negociações com os EUA, desde que certas condições sejam atendidas. Isso ocorreu um dia depois de Donald Trump sugerir que países “escolham entre os EUA ou a China” em acordos bilaterais. Washington também confirmou tarifas de até 245% sobre dois produtos chineses.

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Analistas do ING alertam para a divulgação, ainda nesta noite, dos dados de reservas chinesas em títulos americanos – estimadas em cerca de US$ 760 bilhões. “Uma queda nessas reservas pode deflagrar uma nova onda de vendas de dólar e Treasuries”.

Em leilão primário de título de 20 anos hoje, a demanda seguiu perto da média, segundo a BMO Capital.

Moedas globais: dólar retoma trajetória de queda

O dólar voltou a se desvalorizar nesta quarta-feira, atingindo novas mínimas frente ao euro, a libra esterlina, o iene japonês e o franco suíço. Após uma breve recuperação no pregão de ontem, a moeda americana retomou a trajetória descendente das cinco sessões imediatamente anteriores.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, cedeu 0,83%, para 99,38 pontos. A moeda americana se desvalorizava para 141,97 ienes, enquanto o euro se apreciava a US$ 1,1396 e a libra esterlina era negociada em alta, a US$ 1,3241.

Além de histórica – o DXY já recuou 8% em 2025, seu pior início de ano desde 1995 – a desvalorização do dólar é surpreendente. Manuais de economia ensinam que moedas estrangeiras tendem a se desvalorizar quando economias são atingidas por tarifas, ajudando a baratear os produtos para compensar os custos extras.

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Dessa vez, no entanto, investidores reagiram às políticas comerciais contraditórias do presidente americano, Donald Trump, se desfazendo de ativos denominados em dólar. À medida que os investidores vendem esses ativos, eles os convertem capital de volta a suas moedas de origem, aumentando seu valor.

A desvalorização do dólar também tem alimentado dúvidas sobre os danos provocados pela política comercial de Trump à economia americana – e se o dólar continuará sendo um porto seguro para investidores em tempos de estresse nos mercados.

A Casa Branca tem enviado sinais ambíguos sobre a questão cambial, mas alguns assessores econômicos do presidente já sinalizaram que gostariam de ver a moeda americana mais fraca. Trump já argumentou, no passado, que a força do dólar tornou a indústria do país menos competitiva e alimentou os déficits comerciais que ele agora tenta eliminar com suas tarifas.

No país vizinho, o dólar canadense voltou a ganhar força contra a moeda americana depois que o Banco do Canadá decidiu manter a taxa básica de juros a 2,75% ao ano, como previsto. Em comunicado, a instituição destacou que as tarifas dos EUA diminuíram as perspectivas de crescimento econômico do país.

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*Com informações da Dow Jones Newswires

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Estadão Conteúdo

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