Preços de energia se recuperam: quais geradoras da Bolsa ganham?
Os preços de energia de longo prazo (2029) saíram de R$ 120/Megawatt-hora (MWh) para R$ 154/MWh em apenas quatro meses. No pior momento do ano passado, a Genial Investimentos lembram que chegaram a R$ 90/MWh, patamares próximos ao custo marginal de expansão. O custo marginal da expansão aquele que é utilizado como referência para o planejamento da expansão do sistema – ou seja, os preços de mercado indicavam que simplesmente não valia a pena realizar a expansão do sistema naqueles patamares.
Para a casa de análise, todas as empresas expostas ao segmento de geração de energia elétrica tendem a se beneficiar de um movimento altista de preços. No entanto, as empresas descontratadas tendem a ter uma performance inferior as que estão majoritariamente contratadas em momentos de baixa no preço da energia.
“Em relação a esses exemplos, citamos a Eletrobras (ELET3) que possuía um portfólio com alto grau de descontratação ao longo dos próximos anos versus a Auren (AURE3), que tem um grau de contratação superior a 90% do seu portfólio até 2026. A privatização da Eletrobras se deu via a aquisição de novas outorgas para as hidroelétricas, fazendo assim que o seu grau de descontratação fosse bastante elevado nos próximos anos”, cita a Genial.
Nesse contexto, a Genial reforça sua recomendação de compra para as ações ordinárias da Eletrobras. Além disso, analistas acreditam que ainda existe muito espaço para o processo de ganhos de eficiência, redução de pessoal, apropriação de créditos tributários e outros. Aos atuais patamares de preço, eles veem Eletrobras negociando com uma taxa interna de retorno (TIR) muito interessante.
Já a ação da Auren foi elevada de manter para compra, com preço-alvo de R$ 16, uma vez que o papel apresenta uma boa relação risco retorno especialmente para investidores com foco em dividendos. Segundo relatório, a empresa apresenta um alto grau de contratação do seu portfólio, baixo endividamento e forte geração de caixa. Sendo assim, a Genial acredita que a mesma deve seguir distribuindo dividendos de maneira generosa ao longo dos anos a medida que não coloca novos projetos em seu portfólio.
A Genial também elevou recomendação de Engie (EGIE3) de vender para manter e preço-alvo de R$ 43, pois a recente queda no preço das ações somados aos melhores fundamentos em termos de preço de energia reduziram o pessimismo em relação a performance do preço dos papéis.
Aos atuais níveis de preço, analistas veem a empresa negociando com uma taxa interna de retorno de 8,6% (pouco prêmio versus custo de oportunidade), EV/Ebitda (valor da firma/lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 7,1 vezes e rendimento de dividendos de 11%, “apesar da generosidade em termos de dividendos, existe pouco espaço para apreciação de capital”.
A Genial permanece neutra em relação das ações da AES Brasil (AESB3), com preço-alvo de R$ 11,70. As razões permanecem as mesmas: concessões mais curtas e alto endividamento versus uma valuation que a casa ainda não considera atraente para justificar uma posição mais agressiva. Entretanto, a casa de análise acredita que caso os recentes rumores relacionados a venda do seu controle venha a avançar, algum prêmio pode ser destravado.
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