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Fintech da Americanas muda ‘cashback’ e já tem data para zerar o saldo de todos os clientes

A Ame, fintech da rede Americanas (AMER3), comunicou aos clientes que mudou as regras para o uso do “cashback”. A empresa decidiu encurtar o período para a utilização dos novos créditos e vai zerar o saldo com valores antigos em carteira no próximo dia 30 de junho. Para as compras feitas a partir de 1º de junho, o saldo fica disponível por 30 dias, depois é automaticamente cancelado.
A operação é controlada pela Americanas, em recuperação judicial desde o início do ano passado, após identificar um esquema de fraudes contábeis — no total, são R$ 43 bilhões em dívidas concursais.
A companhia chegou a dar o direito ao consumidor de usar o cashback quando desejasse, sem prazo para expirar. Até 2022, isso ainda existia, como forma de o consumidor fazer mais compras, e gerar mais cashback, gerando um ciclo de fidelidade na plataforma.
Em outra frente, a Americanas e o Banco do Brasil decidiram encerrar um acordo para emissão de cartões de crédito para Ame .
Ao fazer essa alteração na ferramenta, a varejista reduz o uso dos créditos que ela acaba “carregando” e que, na prática, afetam a sua rentabilidade. Isso porque, ações de cashback embutem um custo que a empresa precisa bancar para atrair tráfego de clientes e frequência.
Normalmente, as plataformas tiram esse benefício da própria margem inicialmente, com a expectativa de compensar isso com o volume de vendas geradas.
A alteração ainda acontece num momento em que a empresa precisa seguir um cronograma de pagamentos a credores, já aprovado em assembleia em dezembro, além de ter de executar medidas para voltar a gerar caixa operacional no ano que vem, uma das promessas da companhia.
A estratégia adotada pela Americanas neste ano foi de reduzir exposição a negócios com elevado consumo de caixa. E no segundo semestre deste ano, a direção já informou que todo o esforço da gestão está exclusivamente na gestão do negócio.
Em setembro de 2023, último balanço disponível, a varejista somava quase R$ 5 bilhões em disponibilidade de caixa, versus quase R$ 10 bilhões no fim de 2022, antes da crise financeira da rede.
Esta não é a primeira mudança significativa que a Americanas faz no sistema de cashback. Em julho de 2023, as contas com saldo e sem transações há mais de 90 dias passaram a ter debitada uma taxa mensal de R$ 2,99. O valor não era cobrado anteriormente.
A Ame foi criada em 2008 e nos últimos anos passou por um processo de reestruturação financeira decorrente da recuperação judicial da rede.
Nos nove primeiros meses de 2023, segundo o balanço mais recente divulgado pelo grupo, a Ame teve queda de 63,8% na receita do período em relação ao ano anterior, somando R$ 198 milhões.
A companhia acumula R$ 43 bilhões em dívidas concursais e prejuízo de R$ 4,6 bilhões de janeiro a setembro.
Procurada, a Americanas ainda não se manifestou.
Com informações do Valor Econômico  

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