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De turismo a material de construção: como o uso do Ozempic pode impactar setores da economia

Um estudo realizado pela gestora de fundos de investimento Ace Capital revelou que a popularidade do medicamento Ozempic, da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, pode ter impactos em diversos setores da economia nos próximos anos. Isso inclui desde o turismo até as lojas de material de construção.

De acordo com o levantamento, embora a redução da ingestão calórica da população como um todo não deva ser significativa, o consumo de certos tipos de alimentos pode ser mais afetado do que outros. Por exemplo, o varejo alimentar pode ser negativamente impactado, já que as pessoas que utilizam Ozempic ou medicamentos similares tendem a optar por alimentos mais saudáveis e deixar de consumir produtos calóricos, como biscoitos e chocolates.

Essa tendência já é observada nos Estados Unidos, onde o Walmart, que vende tanto alimentos quanto o próprio Ozempic, relatou uma diminuição no consumo de comida por parte dos usuários do medicamento. Além disso, o setor de bares e restaurantes e a indústria de bebidas também podem ser afetados negativamente, já que o consumo de alimentos fora de casa e de álcool tende a diminuir entre os usuários do medicamento.

Por outro lado, a indústria de proteína animal pode ser impactada de forma neutra, já que a redução no consumo de calorias pode afetar o consumo de proteínas animais, mas tendências de longo prazo podem compensar os efeitos dos medicamentos antiobesidade.

O estudo também aponta que os planos de saúde não devem ser afetados no curto prazo, já que a maioria não oferece cobertura para medicamentos antiobesidade. Por outro lado, as drogarias podem se beneficiar com o aumento do tráfego de clientes, mas os medicamentos antiobesidade têm margem de lucro baixa.

Além disso, o varejo de vestuário pode se beneficiar com o uso do medicamento, já que é comum que as pessoas renovem seu guarda-roupas após perder peso. O varejo de material de construção, o mercado de joias e o setor de turismo também podem ser favorecidos, já que esses produtos e serviços são considerados “aspiracionais”.

O estudo também menciona que, caso as patentes do Ozempic e de medicamentos similares expirem no Brasil em 2024 e 2026, respectivamente, a indústria farmacêutica local pode oferecer medicamentos genéricos a preços mais acessíveis, o que pode beneficiar ainda mais esses setores da economia. No entanto, a Novo Nordisk está tentando estender esses prazos judicialmente.

Em resumo, a popularidade do Ozempic pode ter impactos que vão além da saúde, afetando diversos setores da economia de forma positiva, negativa ou neutra.  

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