Bitcoin dispara a US$ 62 mil, mas tem queda acumulada de 1,6% em 7 dias
Foto: Pixabay
O bitcoin (BTC) opera em forte alta nesta sexta-feira (3) e recupera os US$ 62 mil graças ao Relatório de Emprego dos Estados Unidos mais fraco do que o esperado. Ainda assim, a maior das criptomoedas registra um desempenho negativo no acumulado de sete dias, caindo 1,6%. O ether (ETH) recua 0,9% no mesmo período.
De acordo com dados do Departamento de Trabalho, os EUA criaram 175 mil vagas de emprego em abril, número bastante abaixo das 240 mil projetadas pelos economistas do mercado financeiro. A taxa de desemprego no país subiu de 3,8% para 3,9%, ante expectativa de estabilidade.
Indicadores de emprego mais fracos nos EUA trazem um impacto positivo para o mercado de renda variável, uma vez que um dos fatores que podem fazer o Federal Reserve (Fed) começar a reduzir os juros na maior economia do mundo é a desaceleração do mercado de trabalho. Conforme a criação de empregos se desaquece, a inflação fica menos pressionada, permitindo que o banco central americano possa afrouxar a política monetária e aumentar a liquidez global.
Segundo Rony Szuster, analista do MB, o tom do presidente do Fed, Jerome Powell, após a decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) da quarta (1º) foi um pouco mais “dovish” (favorável a flexibilizar a política monetária) ao deixar aberta a possibilidade do banco central americano realizar cortes nos juros este ano condicionados à desacleração da inflação rumo à meta de 2% e a uma piora no mercado de trabalho. “Como o mercado já estava precificando que pudessem não haver cortes ou até mesmo ter aumentos, isso foi dado como uma notícia positiva”, explica.
A próxima reunião do Fomc é em 12 de junho, e 86% das apostas no mercado de juros futuros apontam para uma manutenção dos juros no patamar de 5,25% a 5,5% ao ano. A possibilidade de uma redução dos juros aumenta para 34% a partir da reunião de 31 de julho.
Perto das 18h11 (horário de Brasília) o bitcoin dispara 7,1% em 24 horas, cotado a US$ 62.865 e o ether, moeda digital da rede Ethereum, avança 4,2% a US$ 3.113, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo é de US$ 2,45 trilhões. Em reais, o bitcoin apresenta valorização de 5,85% a R$ 321.000, enquanto o ether registra ganhos de 3,01% a R$ 15.909, de acordo com valores fornecidos pelo MB.
Entre as altcoins (as criptomoedas que não são o bitcoin), a solana (SOL) sobe 4,9% a US$ 143,88, o BNB (token da Binance Smart Chain) tem alta de 4,7% a US$ 587,08 e a avalanche (AVAX) avança 6,1% a US$ 35,66.
Beto Fernandes, analista da Foxbit, avalia que os dados do payroll bem mais fracos do que se esperava acabam passando a mensagem aos investidores de que o Fed precisará fazer algum movimento de corte de juros. “Mesmo que isso deva ocorrer mais para meados do segundo semestre, cresce a esperança de que a restrição monetária irá diminuir ainda este ano”, argum