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Água estocada, corrida ao mercado, voluntários em ação: como vi a enchente no RS

PublicidadeDomingo, 5 de maio. Estou em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, em meio ao caos do pior desastre climático da história do estado.No momento em que escrevo, grande parte da região metropolitana está inundada, 70% da cidade está sem fornecimento de água, diversos bairros não têm energia elétrica – e uma operação de guerra foi montada para resgatar as vítimas da enchente.Visão aérea do centro de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, após pessoas serem evacuadas, em 05/05/24 (Foto: Renan Mattos/Reuters)As águas das fortes chuvas que transbordaram rios e destruíram cidades inteiras no interior gaúcho durante a semana passada chegaram à capital e desaguaram no lago Guaíba a partir de sexta-feira (3).Continua depois da publicidadeLeia tambémO lago que banha a capital encheu e alcançou a altura recorde de 5,32 metros na madrugada de domingo. A marca anterior era de 4,76 metros, registrada em uma enchente histórica em 1941.O Cais do Porto – que em março foi o palco do South Summit, um evento de inovação – foi engolido pelas águas e desapareceu. Cartões postais da cidade, como o Mercado Público, a Casa de Cultura Mario Quintana e a orla do Guaíba – só são acessíveis de barco.“A cheia foi tão grande que chegou a 50 metros do apartamento dos meus pais, que moram em um bairro a 1 quilômetro de distância do Guaíba”As cenas de drones mostrando a cidade alagada, que viralizaram nas redes sociais, não dão a dimensão do impacto no cotidiano da cidade. Neste domingo, segundo o prefeito Sebastião Melo, 70% da capital está sem água. O desabastecimento ocorre porque quatro das seis estações de tratamento estão inundadas e sem energia elétrica.Continua depois da publicidadeMeu bairro está entre os afetados. Por aqui, enchi panelas, baldes e bacias, já que o abastecimento só deve voltar quando as águas do Guaíba retrocederem.Além da falta de água, o centro da cidade e bairros adjacentes à inundação estão sem energia elétrica desde sexta-feira (3). A CEEE Equatorial, distribuidora de energia elétrica, anunciou o desligamento da rede por motivo de segurançaA falta de água e energia elétrica fez milhares de porto-alegrenses correrem aos mercados para tentar estocar produtos essenciais. Em dois próximos da minha casa, água mineral, ovos e papel higiênico já estavam esgotados.Continua depois da publicidadeAqui, estamos ilhados. Para sair de Porto Alegre ou chegar à cidade de forma segura, há apenas duas estradas transitáveis, segundo as autoridades: a RS-118 ou RS-040. As outras vias estão alagadas ou danificadas.O aeroporto está com as operações suspensas após a pista ter inundado. A rodoviária e os trilhos do sistema de trens intermunicipais estão embaixo da água.Em meio à tragédia, algo se destacou mais do que o caos: a solidariedade. Fiquei emocionando nos pontos de coleta da Defesa Civil em que levei doações e colchões, e surpreso com a quantidade de voluntá  

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