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Haddad: Plano de Tarcísio tem 80% de inspiração na Fazenda

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista no programa Bom Dia, Ministro, nos estúdios da EBC. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Em audiência pública na semana passada na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que os ruídos sobre a trajetória fiscal do governo se agravaram de um mês para cá porque havia um “fantasminha” fazendo a cabeça das pessoas e ruídos que são “patrocinados” e não são reais.
O “fantasminha” não tem nome nem sobrenome, mas tem sido associado ao impacto no mercado decorrente da fala do presidente do Banco Central, em Washington, em meados de abril. As declarações de Roberto Campos Neto trouxeram o risco de uma eventual “perda de credibilidade” da âncora fiscal deixar “mais caro o lado monetário” e indicaram um corte menor dos juros na reunião de maio do Copom.
Em entrevista ao Valor, Haddad descarta a “fulanização” do debate, mas não deixa dúvidas de que a relação com o presidente do BC já foi mais azeitada. Ele atribui a volatilidade no mercado a problemas “que não existem” e aponta uma assimetria nos diálogos da autoridade monetária: “Eles conversam muito mais, infinitamente mais com o mercado financeiro do que com a Fazenda. Às vezes, dá impressão de que conversar com a Fazenda é um pecado e conversar com o mercado o dia inteiro não é”.
O ministro nega cobrança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que se volte mais para o governo do que para os agentes do mercado. Reconhece que Lula voltou ao poder com uma “ansiedade” maior em responder aos “anseios sociais”, o que não o impediu de aceitar o arcabouço fiscal: “A ansiedade dele é a expressão da ansiedade do país”.
Indagado ainda sobre a cobrança decorrente do plano de ajuste fiscal do governador paulista Tarcísio Freitas, diz que 80% de seu conteúdo se inspira em medidas já adotadas pelo governo federal.
Haddad embarca na segunda-feira para uma conferência em Roma, em que dividirá mesas com os ministros da Fazenda da Itália (Giancarlo Giorgetti) e da Indonésia (Sri Mulyani Indrawati) e pretende discutir a taxação dos super-ricos. Tenta ainda uma audiência com o papa Francisco antes de voltar ao Brasil no dia 5. Na manhã da quarta-feira, o ministro recebeu o Valor na sede do Ministério da Fazenda na avenida Paulista para a entrevista a seguir:
Fernando Haddad, ministro da Fazenda Foto: Wilson Dias/Agência BrasilValor: Esta guinada de um Fernando Haddad mais político responde a uma pressão do presidente por um ministro que atenda mais ao governo do que ao mercado?
Fernando Haddad: Não identifico nenhuma guinada. Sempre me dei bem com o Congresso desde os tempos de ministro da Educação, nunca tive um projeto rejeitado, todos negociados e aprovados. O mesmo aconteceu na prefeitura de São Paulo e agora não está sendo diferente. Até por  

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