Para vender ‘de fruta a avião’ e atrair investimentos, Alckmin visita Arábia Saudita e China
Vice-presidente da República, Geraldo Alckmin participa de evento comemorativo dos 50 anos de relações bilaterais entre Brasil e China. Foto: Cadu Gomes/VPR
Com o objetivo de atrair investimentos e vender “de fruta a avião”, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, está nesta segunda-feira na Arábia Saudita, onde foram assinados três memorandos de entendimento e um acordo na área de Defesa. Amanhã, ele inicia uma agenda de quatro dias na China.
“Eles são nosso maior parceiro comercial no Oriente Médio e estão muito interessados em aumentar investimentos”, disse Alckmin ao Valor, referindo-se à Arábia Saudita.
Com a economia fortemente apoiada no petróleo, o país busca formas de neutralizar suas emissões de carbono. Isso abre a possibilidade de o Brasil atrair capital árabe para os projetos na área de transição energética. Segundo Alckmin, a “neoindustrialização”, que privilegia projetos sustentáveis, foi tema das conversas.
“Uma orientação do fundo soberano saudita é diversificar investimentos para além do petróleo”, disse a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres. “O que o Brasil tem a oferecer está em linha com essa missão e realmente há uma oportunidade interessante para que façamos parcerias.”
CEOs de fundos de investimentos brasileiros e árabes participaram da reunião de Alckmin com o ministro de Investimento, Khalid Al-Falih. As gestoras Pátria e EB Capital assinaram memorandos de entendimento com o Ministério de Investimento da Arábia Saudita (Misa) com o objetivo de facilitar negócios.
Além disso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) dialoga com o Public Investment Fund (PIF), fundo soberano saudita, para realizar parcerias. Essas podem ocorrer em vários formatos: o PIF pode entrar com acionista em projetos financiados pelo banco, como também ser cotista de fundos estruturados pelo BNDES ou ainda realizar financiamentos em colaboração bilateral.
Fundos árabes estarão em um evento no Rio de Janeiro na próxima semana, para prosseguir com os entendimentos.
Nesse cenário de interesse mútuo em ampliar comércio e investimentos, Alckmin propôs a celebração de um Acordo de Facilitação de Comércio e Investimentos (ACFI) com a Arábia Saudita.
O foco do interesse dos investidores árabes é a produção de alimentos e minérios, além dos projetos sustentáveis.
“Eles estão acompanhando o Brasil”, contou Alckmin. A reforma tributária, aprovada no ano passado, foi um tema bastante discutido, porque desonera investimentos e exportações, comentou. A queda das taxas de inflação também é um elemento que chama a atenção.
Na área comercial, foi firmado um memorando de entendimentos entre a ApexBrasil e a rede de hipermercados Lulu, para ampliar a presença de produtos brasileiros e um acordo de facilitação de com