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Chefe da ONU pede proibição de propaganda de combustíveis fósseis

António Guterres, secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas) Foto: Rick Bajornas/ONU

As empresas de combustíveis fósseis são os “padrinhos do caos climático” e deveriam ser proibidas de fazer publicidade em todos os países, afirmou hoje o secretário-geral da ONU, António Guterres, enquanto novos dados climáticos mostram que o mundo enfrenta 12 meses consecutivos de calor sem precedentes.
Em discurso em Nova York, Guterres pediu aos meios de comunicação e empresas de tecnologia que parem de permitir a “destruição planetária” ao aceitar dinheiro de publicidade de combustíveis fósseis, alertando que o mundo enfrenta um “momento crítico para o clima” em suas tentativas vacilantes de conter a crise.
“Muitos governos restringem ou proíbem a publicidade de produtos que prejudicam a saúde humana, como o tabaco”, disse ele. “Eu incito todos os países a proibirem a publicidade de empresas de combustíveis fósseis. E incito os meios de comunicação e empresas de tecnologia a pararem de aceitar publicidade de combustíveis fósseis.”
Durante sua fala, Guterres anunciou novos dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM) que mostram que há 80% de chance de o planeta ultrapassar 1,5°C de aquecimento em relação aos tempos pré-industriais em pelo menos um dos próximos cinco anos civis.
Segundo dados divulgados hoje pelo sistema de monitoramento Copernicus da União Europeia, os últimos 12 meses já ultrapassaram esse nível, com a temperatura média global 1,63°C acima da média pré-industrial de junho de 2023 a maio deste ano, seguindo uma sequência de meses com calor recorde.
“Estamos jogando roleta russa com nosso planeta. Precisamos de uma saída da rodovia para o inferno climático”, disse Guterres durante o discurso, que aconteceu no Museu Americano de História Natural.
O chefe da ONU insistiu que a meta de 1,5°C, estabelecida no acordo de Paris, “ainda é possível”, mas disse que é necessário um esforço muito maior dos países para reduzir as emissões de carbono e aumentar o financiamento climático para os países mais pobres.
“Os padrinhos do caos climático – a indústria de combustíveis fósseis – arrecadam lucros recordes e se banqueteiam com trilhões em subsídios financiados pelos contribuintes”, disse ele. “É uma vergonha que os mais vulneráveis estejam sendo deixados à deriva, lutando desesperadamente para lidar com uma crise climática que não fizeram nada para criar.
“Não podemos aceitar um futuro onde os ricos são protegidos em bolhas com ar-condicionado, enquanto o resto da humanidade é açoitado por um clima letal em terras inabitáveis”, completou.
Com informações do Valor Econômico  

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