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BlackRock, Franklin Templeton e JPMorgan concordam: Brasil precisa crescer mais e melhor para atrair investidores estrangeiros

Painel mostra desempenho do mercado de ações na B3, a bolsa brasileira – Foto: Daniel Texeira/Estadão Conteúdo

Se quiser atrair recursos dos investidores globais, o Brasil precisa ter um histórico mais sólido de crescimento econômico, incluindo juros estruturalmente mais baixos, além de maior segurança jurídica e tributária.
Esses foram os recados de estrategistas de grandes gestoras internacionais em evento da B3 e da Anbima nesta quinta-feira (6).
“O país precisa demonstrar aos estrangeiros a força de seu crescimento em setores importantes para o crescimento global, como a segurança alimentar e energética”, disse o estrategista-chefe para a América Latina da BlackRock, Axel Christensen.
“É necessário que o país una esses pontos para criar uma história atraente”, acrescentou ele.
A expectativa da média do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é de 2,05%
A projeção para os próximos três anos (2025, 2026 e 2027) é de 2%.
Já o gestor de portfólio da Franklin Templeton, Daniel Popovich, o país precisa criar condições para pode praticar juros mais baixos.
Com menor custo de capital, as empresas nacionais ficarão mais atraentes, acrescentou.
Assim, isso poderia mudar a realidade atual em que gestores de carteiras olham o Brasil apenas de uma perspectiva de investimento tático.
“O país não entra nas decisões como um mercado estratégico de longo prazo”, afirmou Popovich.
Os especialistas citaram avanços obtidos pelo país nos últimos anos em termos de reformas estruturais, como a trabalhista e previdenciária.
Contudo, o Brasil ainda fica atrás de outros países emergentes no momento em que investidores globais tomam decisões de alocação.
“Mesmo com contas externas equilibradas, a agenda de reformas desde 2016 e a inflação na meta, o Brasil ainda tem desempenho pior do que o de outros emergentes em várias classes de ativos”, disse Cassiana Fernandez, economista-chefe da América Latina do JPMorgan.
Além disso, os juros altos no Brasil limitam a atratividade do mercado brasileiro para ativos como ações, ponderou ela.
Assim, os recursos internacionais que chegam ao país acabam indo para a renda fixa.
Os comentários vieram num momento de fraqueza do mercado brasileiro de ações.
Segundo dados da B3, o saldo de investimento estrangeiro no mercado à vista de bolsa no país em 2024 revelou saída líquida de R$ 36,8 bilhões até 4 de junho.
Neste período, o Ibovespa, principal índice doméstico de ações, tem queda de 8,4%.
Além disso, há quase três anos a B3 não recebe nenhuma listagem nova, uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).  

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