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Da Starbucks ao Metrô do Rio: os tentáculos da Mubadala na economia brasileira

As manchetes do jornalismo econômico ecoaram: a Starbucks no Brasil agora tem uma nova dona, a Zamp, que também administra as operações das redes Burger King e Popeyes no Brasil. Já na própria Zamp, quem manda é a Mubadala Capital, detentora de 58,3% do capital da empresa.A Mubadala nasceu do fundo soberano dos Emirados Árabes (mais sobre isso adiante), que começou a investir no Brasil em 2012. Desde então, ampliou sua presença no país por meio da aquisição de companhias em dificuldades. E assim acumulou um portfólio que soma US$ 6,1 bilhões (R$ 32 bilhões) – muito além de uma rede de cafeterias. A lista de investimentos vai do metrô do Rio de Janeiro à empresa de eventos que organiza a Fórmula 1 no Brasil, passando por usinas de açúcar e álcool, uma refinaria de petróleo, uma rede de academias e uma mineradora.O episódio da compra da Starbucks pela Zamp é um exemplo típico do modus operandi da Mubadala no Brasil: a gestora monitora permanentemente o mercado em busca de empresas que enfrentam algum tipo de crise, faz um diagnóstico dos problemas e estabelece um valor. Aí parte para a negociação.Nessa fase do processo, ela costuma enfrentar competição de outros players. O que dá vantagem à Mubadala é o tamanho dos cheques a que tem acesso, acima de US$ 500 milhões (R$ 2,63 bilhões). Cifra que assegura à gestora uma postura bastante agressiva, segundo executivos que já sentaram à mesa de negociação.A condição para entrar no negócio é que o ativo em questão seja grande, tenha algum grau de complexidade mas também potencial de solução – e de retorno, claro. Outro pré-requisito é que a gestora detenha o controle. Isso porque a ideia é reestruturar e permanecer no negócio, em vez de vender em alguns anos, como fazem os fundos de private equity. O foco é ganhar nos dividendos.Quem toca a Mubadala no Brasil é um time de 12 executivos, comandado por Oscar Fahlgren, que fica em Nova York. Para escolher os ativos e analisar o risco envolvido, a equipe conta também com o apoio de um exército de advogados, que têm a missão de identificar a viabilidade das operações, especialmente do ponto de vista regulatório.Pela esteira de avaliação da Mubadala, já passaram empresas como a Braskem, petroquímica controlada pela Novonor (ex-Odebrecht) e pela Petrobras. A impossibilidade de garantir o controle, nesse caso, inviabilizou o negócio. A Braskem segue à venda. A Light também já foi analisada, mas nesse caso os desafios regulatórios fizeram a gestora desistir. Quem ficou com o ativo foi o empresário Nelson Tanure.Na maior parte dos casos, a análise criteriosa das empresas garante o sucesso dos investimentos – segundo fontes, o retorno dos investidores da Mubadala fica ao redor de 20% ao ano. Mas há um episódio em que a história foi diferente: a refinaria de Mataripe, na Bahia. A gestora comprou a unidade de refino junto à Petrobras em 2021, por US$ 1,65 bilhão. Aí criou uma empres  

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