‘Mercado errou 100% dos anos’, diz CFO da Vale (VALE3) sobre projeções para o minério de ferro
Logo da mineradora Vale (VALE3) – Foto: Washington Alves/Reuters
A queda do preço do minério de ferro e os resultados ruins do mercado chinês de imóveis colocaram os papéis da Vale (VALE3) na decadente este ano.
Assim, a empresa desce 21% na bolsa de valores desde o começo deste ano. Mas isso não assusta Gustavo Pimenta, CFO e vice-presidente de relação com os investidores da Vale (VALE3).
Dessa maneira, Pimenta avalia que o investidor ainda está no processo de entender os potenciais da nova demanda por minério.
Assim, o executivo relaciona parte deste descrença com o preço da commodity com as análises do mercado sobre o preço do minério de ferro, que não se concretizaram.
“Nos últimos dez anos, o mercado sempre coloca a curva de minério de ferro para baixo. Sempre imaginando que o preço vai cair com a redução da demanda chinesa. Eles erraram 100% dos anos. Todas as vezes, o preço seguinte foi mais alto que o imediatamente anterior”, diz Pimenta.
Dessa forma, para a Inteligência Financeira, o executivo afirma que há demandas dentro da China e em outros lugares do mundo que estão prontas para suplantar a queda no setor imobiliário chinês.
“Apesar da redução do mercado imobiliário, outras indústrias aceleraram: produtos acabados, manufaturados, como os carros elétricos chineses, e aplicações para acabamento, por exemplo, são muito intensivos em aço”, diz Pimenta.
“Esse novo crescimento chinês vêm compensando a queda do mercado imobiliário e isso manteve a demanda”, complementa.
Dessa forma, além de setores mais modernos da economia chinesa, a Vale (VALE3) aposta muito em outros mercados emergentes: Índia, sudeste asiático e Oriente Médio, principalmente.
“No longo prazo, ainda que a China caia, o restante da demanda deve crescer e mais que compensar, até com um possível crescimento da demanda por aço no médio e longo prazo”, avalia o RI da Vale.
Então, o CFO disse que ainda não há qualquer definição sobre um eventual pagamento de dividendos extraordinários, cogitado na teleconferência de resultados de abril pelos executivos da empresa.