Como o Palmeiras usa conta digital para bombar programa de sócio-torcedor
Jogadores do Palmeiras comemoram o título do Campeonato Paulista 2024. Foto: Fabio Menotti/Palmeiras
Nos últimos trinta meses o programa de sócio-torcedor do Palmeiras se multiplicou por quase cinco, tornando-se o maior do país, com mais de 180 mil membros.
Sim, a trajetória vitoriosa do clube na última década explica grande parte dessa ascensão.
Mas não é só isso. Desde o começo do ano passado o Avanti foi turbinado por meio de um braço financeiro, o Palmeiras Pay.
Lançada em janeiro de 2023, a conta digital atingiu 630 mil usuários.
É um crescimento formidável considerando a saturação recente no mercado brasileiro de fintechs, após ter superado a marca de um bilhão de contas na última década.
Sozinho, o Palmeiras Pay foi responsável por acrescentar 84 mil sócios ao Avanti, segundo o diretor de marketing do Palmeiras, Everaldo Coelho.
“Vemos um público-alvo de cerca de três milhões de pessoas”, disse ele à Inteligência Financeira.
O cargo de Coelho, aliás, diz algo sobre os objetivos do clube para o negócio.
Naturalmente, o projeto tem potencial de ser uma fonte de receitas financeiras, potencializando a venda de produtos da loja do clube e serviços financeiros.
Não é só isso, contudo. O Palmeiras Pay funciona com parte de uma poderosa campanha de marketing, desenvolvida para engajar os palmeirenses.
Dessa forma, a base de usuários é fonte para ações promocionais, como a de escolher torcedores para assistir a jogos do Palmeiras fora do país, participar de jantares com ídolos do clube ou sortear prêmios.
E, claro, turbinar a base de sócios e as vendas de ingressos.
“Nós precisávamos ter algo que os outros bancos digitais não têm”, disse Coelho, um veterano da indústria bancária. “Buscamos criar um vínculo emocional”.
Lançado em janeiro de 2023, o Palmeiras Pay é uma parceria do Palmeiras com a Pefisa, braço financeiro da Lojas Pernambucanas, a bandeira de cartões Elo e a Allianz Seguros.
Neste modelo, a fintech paga um taxa para poder vender produtos com a marca do parceiro, no caso, o clube paulista.
Mas a gestão financeira do negócio é toda feita pela instituição financeira. A Pefisa, aliás, tem acordos similares com outras empresas privadas.
No ano passado o negócio rendeu R$ 13 milhões em receitas para o clube.
A expectativa é de que esse número cresça neste ano, à medida que interessados em vender outros produtos financeiros, como seguros e consórcios, também paguem para usar a marca alviverde.
A ponte com o programa de sócio-torcedor acontece na abertura de conta, com os novos usuários recebendo seis meses de gratuidade como membro do Avanti.
“É o modo degustação”, explica Coelho. Atualmente, são cerca de 328 mil clientes nessa condição.
Se o cliente paga uma mensalidade do programa após esse período, é contabilizado como sócio-torcedor.
A expectativa do clube é de que o Palmeiras Pay atinja uma base de