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Oito frases que ilustram os momentos decisivos da implementação do Plano Real

Funcionário de supermercado remarca preços de alimentos com máquina manual durante o governo do presidente José Sarney. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo – 6/11/1988

A Inteligência Financeira conversou com os principais nomes do Plano Real para a série de matérias e podcasts que produz em parceria com o Estúdio Novelo. São personagens como Pedro Malan, Pérsio Arida, Gustavo Franco, entre muitos outros.
Assim, vale destacar que um plano econômico como este, que modifica a história econômica de um país, não é fruto do trabalho de uma pessoa, mas resultado do esforço de muitos. Mas há momentos que são decisivos e pelos quais esses personagens todos passaram.
Então, a Inteligência Financeira apresenta agora um compilado de oito frases que ditas por essas pessoas, atualmente, sinalizam a importância de determinados momentos na formulação do Plano Real.

Era o dia seguinte da implementação da Unidade Real de Valor e os feirantes estavam todos com as suas tabelinhas fazendo a conversão de cruzeiro real para a URV. Foi algo incrível de ver
A frase acima é de Clóvis Carvalho.
Ele é engenheiro e chegou a ser o número dois do ministério da Fazenda na época em que Fernando Henrique Cardoso era ministro. Ele fala, especificamente, do pontapé inicial do Plano Real, com a entrada em vigor da Unidade Real de Valor.

O Plano Real foi resultado de um longo e doloroso aprendizado
Sérgio Fausto, cientista político e diretor-geral da Fundação FHC, fala sobre os planos anteriores ao Real. Todos eles, sobretudo o Plano Cruzado, serviram de aprendizado para especialistas e economistas liderados por FHC.

O ministro falava com o Camdessus sempre em francês, no idioma dele. Isso era importante para a relação pessoal que os dois tinham
Agora, Sérgio Fausto fala sobre como o ex-ministro Fernando Henrique conseguiu atuar para convencer Michel Camdessus, diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) a apoiar o plano econômico em gestação.
No fim, o FMI, então reticente, passaria a apoiar o Plano Real.

Peguei um papelzinho azul e rascunhei o que seria o plano sobre o qual eu estava elaborando durante esse período. Mas já que ali, agora, estávamos indo embora, eu acho que eu poderia contar para o ministro (FHC) como seria o plano caso a gente tivesse a equipe e fosse ficar no governo.
Edmar Bacha, autor da frase, e equipe ficaram no ministério da Fazenda.
Retrato do economista Edmar Bacha. Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo – 22/7/1993Assim, a reunião mencionada ocorreu um dia depois do então presidente, Itamar Franco, demitir o presidente do Banco Central Paulo César Ximenes sem consultar Fernando Henrique.
Dessa forma, para Bacha, aquele que seria o ponto final, foi apenas o principio da formulação do Plano Real.

Aquele dia, aquele momento, deu pra ver que era decisivo e o ministro foi firme. Ele pediu demissão três vezes nessa reunião. Três vezes!
Gustavo F  

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