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Juro dos EUA não voltará ao nível pré-crise de 2008, diz Picchetti, do BC

PublicidadeA inflação americana eventualmente vai convergir para a meta e o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) poderá cortar juros. Mas eles dificilmente vão voltar para o nível pré-crise de 2008, já que a taxa neutra de juros no país cresceu e não deve retornar aos níveis anteriores. A avaliação é do diretor de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Paulo Picchetti.“Provavelmente aquela taxa de juros neutra de longo prazo que a gente viu nas várias estimativas não vai voltar, no cenário prospectivo que a gente vê à frente”, disse Picchetti, em um webinário da Fundação Getulio Vargas (FGV) na segunda-feira (10). “Você vai ter uma queda de taxa de juros, mas não para os níveis anteriores, pré-pandemia, que a gente viu naquele período de estagnação secular.”Continua depois da publicidadeO diretor do BC explicou que o juro neutro americano parece ter avançado desde o fim da pandemia. Ele lembrou que houve um aumento relevante da dívida global que, combinado com o aumento dos juros e do custo da rolagem, tem efeitos sobre a taxa neutra.Continua depois da publicidade“A projeção de pagamento de juros e, com isso, o crescimento da dívida, pelo próprio efeito da rolagem, faz parte do que é a dinâmica da taxa de juros de equilíbrio daqui para a frente”, afirmou.Ele lembrou que investimentos feitos em inteligência artificial devem levar a um impacto positivo sobre a produtividade, com efeito também sobre a taxa neutra de juros. Outro ponto, ele mencionou pouco antes, é que deve haver investimentos na transição energética, que também podem levar a algum aumento do juro neutro.Continua depois da publicidadeAtividade e núcleo da inflaçãoPicchetti,afirmou que, em sua avaliação, o corte de juros nos Estados Unidos deve ocorrer quando houver arrefecimento dos núcleos de inflação e desaceleração do nível de atividade. “Por enquanto não vimos nem um, nem outro”, pontuou.Continua depois da publicidadeO diretor do BC disse que os dados de intenção de compras dos empresários até começam a mostrar sinais de desaceleração da manufatura, mas que os serviços seguem fortes. Há ainda uma preocupação com o fiscal. “Ainda tem uma série de estímulos que estão fazendo efeito.”Continua depois da publicidadeA perspectiva, afirmou, não tende a melhorar com as eleições. “Um candidato tem como bandeira o corte de impostos e outro, a continuidade do aumento de gastos.”BrasilO diretor de Assuntos Internacionais do BC ponderou que embora o juro real seja alto no Brasil, não é particularmente elevado em relação a pares.O diretor frisou que o Brasil registra uma taxa neutra de juros alta e que por trás disso há uma preocupação grande com o cenário fiscal. “A percepção do mercado sobre o fiscal piorou no passado recente”, disse no webinário da FGV.  

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