Hypera: o que esperar para HYPE3 em um cenário improvável de fusão com a EMS?
Em um cenário que parece ser improvável uma fusão entre as farmacêuticas Hypera (HYPE3), cuja ação passou por uma verdadeira montanha-russa nos últimos dias e acumulam perdas de 31,4% em 2024, e a EMS, o JPMorgan reiterou seu otimismo com a companhia e recomendação equivalente à compra, com preço-alvo de R$ 36.
Por um lado, o conselho da Hypera já rejeitou a transação, e a aprovação por meio de uma votação de acionistas também não parece provável, na avaliação do banco.
Além disso, o JPMorgan disse ter poucas evidências de que a EMS poderia melhorar materialmente sua proposta de combinação de negócios não solicitada para que um acordo seja fechado.
Nesse contexto, analistas avaliam que as cotação das ações da Hypera devem voltar aos seus fundamentos. A equipe de análise lembra que, pouco antes de surgir a proposta da EMS, no dia 18 de outubro a Hypera anunciou a descontinuação das suas projeções financeiras (guidance) para 2024, para dar início a um processo de otimização do capital de giro, por meio da redução da política de prazo de pagamento concedida aos clientes. A retirada do guidance pelo segundo ano consecutivo diminuiu a credibilidade da gestão e as ações chegaram a desabar na sessão seguinte, para depois voltarem a subir com a proposta de junção dos negócios.
Conforme aponta o JPMorgan, embora a mudança de estratégia para melhorar o capital de giro seja um aprimoramento operacional para um melhor fluxo de caixa (FCF) de médio/longo prazo e adesão de vendas, o ajuste contínuo do estoque – um “problema” que muitos pensavam ter sido resolvido em 2019 – remove a visibilidade de curto prazo e prepara o caminho para um conjunto de resultados fracos pelo menos até o segundo trimestre de 2025.
O JPMorgan diz continuar a ver um potencial significativo de alta no preço das ações, mas pondera que, em um mercado orientado para o curto prazo, onde o impulso dos lucros é fundamental, o apetite por cases de médio prazo é baixo.
Diante da perspectiva de baixo apetite, o banco decidiu avaliar a Genomma Lab, com sede no México, que possui um modelo de negócios um tanto semelhante e passou por problemas de reputação e operacionais semelhantes ao da Hypera, para descobrir quão baixa a avaliação da Hypera pode ir.
Nesse caso específico, a avaliação chegou a níveis tão baixos quanto 7 e 7,5 vezes o múltiplo de preço sobre o lucro (P/L) futuro por curtos períodos, enquanto uma forte reavaliação foi vista recentemente com a materialização dos resultados esperados.
Olhando para a Hypera e considerando o lucro por ação (EPS) esperado para 2026 – que é provavelmente um número mais normalizado, no consenso, a ação já negocia a cerca de 7 vezes, enquanto considerando a previsão de EPS conservadora e abaixo do consenso do banco, ela negocia a 8 vezes, sugerindo um risco de baixa de 10% dos níveis atuais.
Em resumo, analistas afirmaram que ficariam surpresos em ver uma queda significativa nas ações da Hypera neste momento. Ainda assim, a ação pode ficar “morta” até que bons resultados comecem a surgir, provavelmente no segundo trimestre de 2025. No entanto, vendo um potencial de alta de mais de 50% para as ações da Hypera e uma avaliação próxima do que acredita ser seu mínimo, o banco reitera classificação de overweight (exposição acima da média do mercado) e preço-alvo de R$ 36.
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Autor: Felipe Moreira