Ibovespa hoje reflete pessimismo global com guerra comercial de Trump; veja tudo que você precisa saber antes de investir
O Ibovespa hoje abriu em estabilidade, em leve queda de 0,05%, aos 126.075 pontos nesta segunda-feira (3). As atenções do mercado estão nos desdobramentos da guerra tarifária deflagrada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O boletim Focus também fica no radar – veja aqui os principais assuntos do dia.
As bolsas de valores internacionais começaram a primeira sessão do mês sob pressão diante das tarifas de 25% impostas ao México e Canadá, e de 10% à China, iniciadas no fim de semana. O quadro é de aversão a risco geral nesta manhã no exterior, tendo já começado na Ásia onde as bolsas cederam quase 3%.
A tendência é que o principal índice da B3 hoje siga o comportamento dos ativos internacionais, podendo perder parte da recuperação da semana passada, de 3,01%, conquistada “a duras penas”, avalia Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil.
Quanto às tarifas impostas pelo governo americano, Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, analisa o sinal de retaliações por parte dos países afetados reforça a perspectiva de um período de crescentes tensões comerciais globais. “Além de elevar a temperatura das relações entre os países, as medidas terão impactos econômicos, com influência sobre o crescimento e, principalmente, sobre a inflação”, diz.
O dólar hoje se fortalece ante maioria das moedas, inclusive sob o real. Nesta segunda-feira, a moeda americana abriu em alta de 0,68% em relação ao real, a R$ 5,8764, após fechar janeiro em queda de 5,56% em seu décimo pregão seguido de queda na sexta-feira (31).
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Neste pregão, no entanto, as perdas da moeda brasileira podem ser mais brandas ante o dólar em relação às quedas de seus principais pares emergentes ligados a commodities e o dólar canadense. Por volta das 10h05 (de Brasília), o dólar subia 0,23%, a R$ 5,8499.
Os juros futuros mostram viés de alta com o dólar mais forte no exterior diante da aversão a risco com a guerra comercial – veja os detalhes aqui.
Além de avaliar os desdobramentos da decisão do presidente dos Estados Unidos, investidores no Brasil avaliam a nova rodada de piora no boletim Focus para IPCA e Selic, principalmente.
O que está movimentando o Ibovespa hoje?
Donald Trump e a nova guerra comercial
A segunda-feira é de aversão a risco no exterior após Donald Trump impor tarifas de 25% impostas a México e Canadá, e de 10% contra a China. Trump disse ainda que tarifas contra a UE “vão definitivamente acontecer”. Em relação ao Reino Unido, ele não descartou tarifas, mas disse que a situação “pode ser resolvida”.
Os futuros das bolsas em Nova York e as bolsas europeias caem mais de 1%, enquanto os mercados asiáticos tombaram até mais 3%. As ações de montadoras na Europa, nos EUA e em Tóquio afundam nesta manhã – leia mais aqui.
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O dólar se fortalece ante maioria das moedas, mas o euro reduziu perdas frente à moeda americana após a inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro de janeiro avançar acima do esperado e o índice de gerentes de compras (PMI) industrial da Alemanha subir mais que as estimativas. Na zona do euro, o PMI industrial subiu ao maior nível em oito meses, mas segue abaixo de 50, o que indica contração da atividade.
Boletim Focus: previsões para inflação e Selic
O boletim Focus do Banco Central (BC) atualizou, nesta segunda-feira (3), as previsões para economia para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e a Selic. A mediana para o IPCA em 2025 passou de 5,50% para 5,51%, enquanto em 2026 foi de 4,22% para 4,28%. Já em 2027, seguiu em 3,90%. Para o cenário mais longo, em 2028, a projeção foi de 3,73% a 3,74%.
As apostas do boletim Focus para a Selic permaneceram em 15% em 2025, e 12,50% em 2026. Já em 2027, ficaram em 10,38% e, em 2028, 10%. Veja todos os detalhes nesta matéria.
Nesta semana o Comitê de Política Monetária (Copom) divulga a ata com detalhes sobre a decisão de elevar a Selic de 12,25% a 13,25% ao ano na semana passada.
Petróleo sobe com instabilidade no mercado global
O petróleo opera em alta expressiva nesta segunda-feira, revertendo boa parte das perdas acumuladas na semana passada, após Donald Trump oficializar tarifas contra importações no fim de semana. O barril do tipo WTI sobe 2,29%, enquanto o Brent avança 1,35%.
O minério de ferro segue sem negociação nos mercados de Dalian, devido ao feriado do Ano Novo Lunar mantém mercados fechados na China, Hong Kong, Taiwan e Coreia do Sul. O minério de ferro negociado na Bolsa de Cingapura, para entrega em março de 2025, recuou 1,23%, o que corresponde a US$ 104,4 por tonelada.
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Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de firmas não americanas) da Vale (VALE3) recuavam 0,97% no pré-mercado de Nova York por volta das 8h40. Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) subiam 0,28%.
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Como o mercado brasileiro reage às tarifas de Trump?
A aversão ao risco no mundo gerada pelas tarifas comerciais impostas por Trump deve afetar os ativos domésticos e eleva o temor de uma ofensiva também contra o Brasil. As moedas emergentes e de países exportadores de commodities em queda sinalizam uma sessão de pressão sobre o real.
O Ibovespa hoje também repercute como ficará a relação do governo com o Congresso com as vitórias de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB) para o comando do Senado e da Câmara, respectivamente, com apoio do PT de Lula ao PL de Jair Bolsonaro. Motta foi eleito com 444 votos e Alcolumbre foi reconduzido à presidência do Senado, como era esperado, com 73 votos. Confira aqui os destaques corporativos da Bolsa brasileira hoje.
*Com informações do Broadcast
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Esta notícia foi originalmente publicada em:
Fonte original
Autor: Estadão Conteúdo