Ambipar (AMBP3) dispara 21% após tombo da véspera, mas ainda perde 36% na semana
As ações da Ambipar (AMBP3) disparam na Bolsa brasileira nesta sexta-feira (26), depois de afundarem 24,24% na véspera, quando perderam R$ 4 bilhões em valor de mercado, segundo dados de Einar Rivero, CEO e sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria. Às 15h12, os papéis da companhia de soluções ambientais saltam 21,20% a R$ 9,09. Mais cedo, chegaram a derreter 11%.
Na quinta-feira (25), a Ambipar conseguiu uma tutela cautelar na 3.ª Vara firmarial do Rio de Janeiro. Na prática, a medida protege a companhia de exigências de credores por 30 dias, prorrogáveis por mais 30. O mecanismo garante a possibilidade de que a firma tente acordos ou então entre com um pedido de recuperação judicial – possibilidade mais provável, na visão de especialistas consultados pelo E-Investidor.
De acordo com a Ambipar, a tutela cautela busca possibilitar a continuidade de suas atividades e proteger seus ativos. A firma destacou ainda que segue dedicada a manter um diálogo construtivo com seus credores, em busca de um acordo que traga benefícios a todos os investidores.
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Com a notícia, a S&P Global rebaixou a nota de crédito da companhia de BB- para D, o correspondente a um default (classificação que equivale a um calote da dívida). A Fitch também cortou a nota, mas em menor proporção, de BB- para C. A agência explicou que, caso a Ambipar anuncie formalmente um plano de reestruturação de sua dívida, as classificações serão rebaixadas para RD, a fim de refletir um evento de inadimplência restrita, ou para D, se a firma entrar com pedido de recuperação judicial.
Outras notícias também mexeram com os papéis da Ambipar nesta semana, fazendo os ativos acumularem perdas de 36% no período. Na noite de segunda-feira (22), a companhia informou que o então CFO (diretor monetário), João Daniel Piran de Arruda, deixou o cargo. A vaga será ocupada por Ricardo Rosanova Garcia, atual diretor de Relações com Investidores (RI), que passará a exercer cumulativamente as duas funções.
Arruda havia entrado na Ambipar em agosto de 2024, depois de acumular mais de 20 anos de experiência no mercado monetário, cobrindo indústrias de geração de resíduos, energia, saneamento e infraestrutura de firmas no Brasil e no exterior. Antes de atuar na companhia de soluções ambientais, sua última passagem havia sido pelo Bank of America (BofA), onde ficou quase 15 anos.
Em relatório, o UBS BB destaca que o executivo era visto como uma força estabilizadora na governança e na comunicação com o mercado, tendo transmitido confiança aos investidores quando foi contratado.
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Além de anunciar a mudança na diretoria, a Ambipar também informou a realização da sétima emissão de debêntures, em duas séries, no valor total de até R$ 3 bilhões. Os recursos captados serão utilizados para o pagamento do resgate antecipado de debêntures em circulação e para fortalecer a estrutura de capital da companhia.
“Esperamos que as prioridades de curto prazo da firma sejam tranquilizar os acionistas institucionais e restaurar a visibilidade de médio prazo. Enquanto isso, mantemos recomendação neutra para as ações”, conclui o UBS, que tem preço-alvo de R$ 12 para Ambipar.
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Autor: Beatriz Rocha