Braskem afunda e bate mínima em mais de 10 anos com possível reestruturação da dívida; UBS BB rebaixa recomendação
As ações da Braskem (BRKM5) afundam no pregão desta sexta-feira (26) após a companhia anunciar que contratou assessores monetários e jurídicos para otimizar sua estrutura de capital. Os investidores temem que a companhia faça alguma reestruturação de dívida. Além disso, analistas do UBS BB rebaixaram a recomendação para a companhia de compra para neutra e cortaram o preço-alvo, o que pressiona ainda mais o papel no pregão de hoje.
Por volta das 15h, as ações da Braskem desabavam 13,11%, a R$ 7,16. Na mínima, o papel chegou ao patamar de R$ 7,05, menor valor intradiário desde 12 de março de 2015, quando o ativo bateu a marca dos R$ 7,03 naquele dia. Mais cedo, a firma informou que contratou assessores monetários e jurídicos para auxiliar a companhia na elaboração de um diagnóstico de alternativas econômico-financeiras para otimizar a sua estrutura de capital.
“A companhia reforça o compromisso com seus acionistas e segue com foco na implementação de iniciativas de transformação para mitigar os relevantes impactos decorrentes do prolongado ciclo de baixa de toda a indústria e para o fortalecimento da competitividade da indústria química brasileira”, disse a firma.
O comunicado elevou os temores de investidores de uma piora e necessidade de reestruturação da dívida. No segundo trimestre de 2025, a firma reportou prejuízo de R$ 267 milhões, uma redução de 93% na comparação com o prejuízo de R$ 3,73 bilhões do mesmo período do ano passado.
A alavancagem, que mede o endividamento em relação ao potencial de geração de caixa, piorou ao subir de 6,79 vezes no segundo trimestre de 2024 para 10,59 vezes no segundo trimestre de 2025. Ou seja, o comunicado desta sexta-feira reforçou os temores do mercado em meio à situação financeira complicada da firma.
UBS BB rebaixa recomendação de Braskem e corta preço-alvo
O UBS BB rebaixou a recomendação para as ações da Braskem de compra para neutro, destacando que não vê um caminho fácil para a petroquímica voltar a gerar caixa. O banco também cortou o preço-alvo para a ação da firma de R$ 15 para R$ 10, o que ainda corresponde a um potencial de valorização de 21% ante o fechamento do papel no pregão de ontem, de R$ 8,24.
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Em relatório, o banco explica que tinha uma visão de que medidas governamentais poderiam ser um gatilho de alta para a companhia. No entanto, destacam, o Brasil já está com uma alíquota de importação mais alta, além de medidas preliminares para antidumping de Polietileno (PE). “Mas nem mesmo com essas duas medidas, a companhia ainda consegue gerar caixa em 2026”, afirma.
O banco cita ainda o Regime Especial da Indústria Química (REIQ), programa do governo federal retomado em 2023. A iniciativa prevê incentivos fiscais para investimentos no setor petroquímico. Os analistas viam o programa como um potencial de alta; agora, ele é uma condição obrigatória para que geração de caixa aconteça e a companhia saia dessa situação.
Do lado do fundamento do ciclo, o UBS destaca que uma melhora de ganhos com margens está prevista apenas para 2028. Desse modo, o UBS BB reforça que as perspectivas para as ações da Braskem (BRKM5) não são positivas, mesmo após o papel bater sua mínima em 10 anos.
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Autor: Bruno Andrade