Crédito imobiliário: quais são as taxas e os custos entre os principais bancos?
Com os juros ainda elevados, a busca por crédito imobiliário perdeu um pouco de fôlego no Brasil. Em agosto deste ano, o volume de financiamentos pelo Sistema Brasileiro da Habitação (SFH) somou apenas R$ 11,6 bilhões – uma queda de 37% em relação ao mesmo mês de 2024, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Para tentar dar uma aquecida no setor, especialmente no segmento que atende a classe média, o governo alterou recentemente as regras do financiamento imobiliário, ampliando a cota máxima de financiamento e elevando o texto. A Caixa Econômica Federal deve ser a principal impulsionadora dessa retomada, mas outros bancos também oferecem condições competitivas.
Mas cada instituição, claro, tem taxas e regras próprias. A seguir, veja as condições praticadas pelos principais bancos do país, incluindo as taxas de juros, o limite máximo de financiamento e o prazo para pagamento.
Mas antes, vale esclarecer rapidamente como funcionam as taxas. Nos financiamentos imobiliários, há diferentes formas de cobrança de juros, mas as que realmente impactam o bolso são a taxa efetiva e o Custo Efetivo Total (CET).
A taxa efetiva é o juro real aplicado sobre o saldo devedor – ou seja, o percentual que define o valor das parcelas ao longo do tempo. Já o CET representa o custo total do financiamento: ele soma a taxa de juros com seguros obrigatórios, tarifas administrativas e outros encargos. É o indicador mais completo para saber quanto o crédito imobiliário realmente custa no fim das contas.
Agora, vamos ver as diferenças entre os bancos.
Caixa Economica Federal
Entre todos os bancos, a Caixa Econômica Federal continua oferecendo as menores taxas. O juro mensal está em 0,91%, o que equivale a 11,46% ao ano, considerando o financiamento pós-fixado referenciado na Taxa Referencial (TR) – o mais utilizado pelos tomadores de crédito. Os dados mais recentes são de agosto.
Segundo levantamento de Priscilla Basso, coordenadora de crédito imobiliário da Melhor Taxa, a taxa efetiva da Caixa é de 11,49% ao ano, enquanto o CET é de 12,39%. Para fazer o cálculo, a especialista considerou financiamento de R$ 480 mil, com prazo de 360 meses para uma pessoa com 40 anos (as mesmas características também foram usadas para os outros bancos).
O prazo máximo de financiamento na Caixa é de 35 anos. Já o percentual máximo de financiamento passou de 70% para 80% do valor do imóvel após as últimas mudanças nas regras do setor.
Itaú Unibanco
No Itaú, as taxas ficam em torno de 0,98% ao mês e 12,45% ao ano, de acordo com dados do Banco Central. A instituição financia até 80% do valor do imóvel para clientes de determina categorias. O prazo máximo de financiamento é de 35 anos (420 meses). A taxa efetiva é de 12,39%, enquanto o CET é 13,15%.
Bradesco
No Bradesco, a taxa de juros mensal é de 1,04%, o que corresponde a 13,21% ao ano, segundo dados do Banco Central. O banco financia até 80% do valor do imóvel, com prazos que chegam a 35 anos (420 meses), dependendo do perfil do cliente e da modalidade de crédito escolhida. A taxa efetiva fica na casa dos 13,50%, enquanto o CET fica em 14,46%|.
Santander
O Santander oferece taxas de 1,05% ao mês e 13,32% ao ano. Assim como outros grandes bancos, o limite de financiamento é de até 80% do valor do imóvel. O prazo máximo para quitação também chega a 35 anos, conforme a política de crédito da instituição. Taxa efetiva de 13,29% e CET de 13,93%.
Banco do Brasil
Já o Banco do Brasil pratica taxas um pouco mais altas: 1,19% ao mês, o equivalente a 15,30% ao ano. O percentual máximo de financiamento é de 80% do valor do imóvel, e o prazo de pagamento pode chegar a 30 anos (360 meses).
Banco | Taxa de mercado (ao mês) | Taxa de mercado (ao ano) | Taxa efetiva | CET | Percentual máximo de financiamento | Prazo |
Caixa Econômica | 0,91% | 11,46% | 11,49% | 12,39% | 80% | Até 35 anos |
Itaú | 0,98% | 12,45% | 12,39% | 13,15% | 80% | Até 35 anos |
Bradesco | 1,04% | 13,21% | 13,50% | 14,46% | 80% | Até 35 anos |
Santander | 1,05% | 13,32% | 13,29% | 13,93% | 80% | Até 35 anos |
Banco do Brasil | 1,19% | 15,30% | 17% | 17,87% | 80% | Até 30 anos |
O que esperar das taxas do crédito imobiliário?
Em 2025, em meio ao aumento dos juros no Brasil, as taxas do crédito imobiliário também subiram. Em janeiro, por exemplo, as taxas anuais dos bancos mencionados nesta matéria variaram entre 10,87% a 12,15%, segundo dados do BC. Em setembro deste ano, porém, a variação pulou para 11,46% e 15,30%.
Para Priscilla Basso, da Melhor Taxa, há perspectiva de redução desses valores, especialmente se a taxa básica de juros começar a cair em 2026, como acredita parte do mercado. Os agentes monetários projetam Selic a 12,25% até o final do próximo ano, segundo o boletim Focus divulgado nesta semana.
“Com a redução da Selic, as taxas de crédito imobiliário tendem a cair, porque o custo de captação dos bancos diminui. Mas a queda é lenta e parcial, pois depende também do risco de crédito, da inflação e da confiança na economia”, disse Priscilla.
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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Lucas Gabriel Marins