Últimas Notícias

Educação financeira no Dia das Crianças: guia prático de mesada, hábitos e atividades que funcionam para falar de dinheiro

Brinquedos, doces, brincadeiras… o Dia das Crianças, celebrado neste domingo (12), é uma das datas mais esperadas no ano pelos pequenos para aproveitar momentos de diversão. Mas, além de celebrar, a ocasião também serve como uma ótima oportunidade para ensinar algo que fará diferença por toda a vida deles: como lidar com o dinheiro.

O engenheiro Moisés Sirvente decidiu dar prioridade à educação financeira desde a infância na criação de suas filhas Júlia e Helena, hoje com 22 e 11 anos, respectivamente. Para ele, aprendizados simples como avaliar a real necessidade de uma compra e guardar dinheiro podem gerar um enorme impacto no futuro, ajudando elas a evitar dívidas e a formar uma reserva financeira.

“Eu cometi muitos erros na juventude, como financiar um apartamento a juros altos, porque ninguém me explicou a importância de gerir o dinheiro ou como fazer perguntas básicas do tipo: ‘eu realmente preciso disso?’ ou ‘eu tenho dinheiro para comprar?’”, conta. “Se você tem disciplina para juntar dinheiro, consegue pagar [um apartamento] à vista e evitar os juros altos, que poderiam somar o valor de um novo imóvel depois”, exemplifica.

Para a psicóloga e especialista na área Ana Paula Hornos, a educação financeira não diz respeito apenas sobre números, mas também sobre valores e comportamentos.

“Na infância, quando a personalidade está se formando, a criança aprende a se relacionar com o mundo e com o outro. Por isso, é essencial que, desde cedo, aprenda e incorpore atitudes saudáveis como planejar, esperar, compartilhar e valorizar o que tem, fundamentos essenciais para vida financeira saudável”, diz.

A tarefa não é fácil, mas pode ajudar as crianças a estabelecerem uma relação equilibrada e saudável com as finanças.

Publicidade

“Acreditamos que, quanto mais cedo as crianças tiverem acesso ao conhecimento monetário, mais preparadas estarão para gerir suas finanças com responsabilidade no futuro. Queremos que elas cresçam compreendendo a importância de poupar e investir, desenvolvendo autonomia financeira e habilidade para tomar decisões sobre seu próprio dinheiro”, afirma a gerente de Projetos Educacionais da B3 (B3SA3), Marina Naime.

Moisés, sua esposa e suas filhas, Helena e Júlia. (Foto: arquivo pessoal)

Como introduzir a mesada na educação financeira?

Para Hornos, não existe uma idade exata para começar a introduzir gestão do dinheiro para crianças. “Quando chegar um momento em que ela pede para fazer um pagamento sozinha, é quando a criança percebe o senso de autonomia. Esse é o momento ideal para começar a educação financeira formal.”

A psicóloga acrescenta que a mesada faz sentido por volta dos sete anos, quando a criança já domina as operações básicas da matemática e desenvolve o raciocínio concreto. “Uma excelente ferramenta educativa”, avalia.

Quando a pequena Helena Sirvente pediu ao pai que aumentasse sua mesada, ele rapidamente estabeleceu um acordo. “A condição era de que ela fizesse resumos de vídeos do canal de YouTube ‘Seja uma Pessoa Melhor‘, que possui dicas financeiras. Era um incentivo para ela aprender”, diz.

Além disso, o pai sempre incentivou a leitura, desde cedo, para despertar o interesse por finanças. “Quando a Helena tinha cerca de oito anos, eu comprei a versão em quadrinhos do ‘Pai Rico, Pai Pobre’. Já com a Júlia, por volta dos 15 anos, dei ‘O Homem Mais Rico da Babilônia’ e o próprio ‘Pai Rico, Pai Pobre’”, conta.

O engenheiro também costuma usar o bom humor para ensinar finanças sem que isso pareça “chato” ou “cobrança”. No vídeo a seguir, ele conta como o programa de televisão de comédia ‘Todo Mundo Odeia o Chris’ ensina uma lição valiosa sobre descontos.

Publicidade

Iniciativas gratuitas para ensinar finanças às crianças

A B3, Bolsa de Valores brasileira, oferece gratuitamente, por meio de sua plataforma de cursos, a masterclass Educação Financeira para Crianças, ministrada pela consultora internacional de educação financeira e especialista em educação infantil, Cássia D’Aquino.

O conteúdo aborda como ajudar a criança na evolução do uso do dinheiro em cada fase da sua vida, quais os erros mais frequentes que os pais cometem e como lidar com o empreendedorismo mirim.

Na aula, D’Aquino ensina que a mesada deve ser compreendida como um instrumento de educação e que os pais devem estimular as crianças a anotarem seus gastos e terem objetivos para o dinheiro que sejam capazes de cumprir no curto prazo.

“Esse processo de estabelecer, perseguir e conquistar o objetivo fará com que a criança vá desenvolvendo, para a vida adulta, uma mentalidade poupadora, ou seja, alguém que tenha a capacidade de adiar desejos de agora em função de benefícios futuros”, explica a consultora.

Além disso, nos dias 11, 18 e 25 de outubro, o Museu da Bolsa (MUB3) oferece experiências lúdicas que aproximam crianças do universo do mercado monetário de forma divertida e didática, como: o Laboratório de Fantoches – Meu Pé de Meia; a Contação de história – Bem Aqui Neste Quintal; a Oficina musical – O Samba de Pitágoras; e a Visita-jogo – O Mistério da Bolsa Perdida.

O resgate de ingressos gratuitos pode ser feito no site do MUB3.

Ainda, o Banco Central (BC) oferece o programa gratuito Aprender Valor, que disponibiliza cursos de formação e letramento monetário para educadores trabalharem o tema com crianças no ensino fundamental. No entanto, qualquer interessado pode ter acesso. Para conferir o programa basta acessar este link usando uma conta Gov.br, nível prata ou ouro.

Publicidade

O que achou dessa notícia? Deixe um comentário abaixo e/ou compartilhe em suas redes sociais. Assim deixaremos mais pessoas por dentro do mundo das finanças, economia e investimentos!

Esta notícia foi originalmente publicada em:
Fonte original

Autor: Camilly Rosaboni

Dinheiro Portal

Somos um portal de notícias e conteúdos sobre Finanças Pessoais e Empresariais. Nosso foco é desmistificar as finanças e elevar o grau de conhecimento do tema em todas as pessoas.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo