Ibovespa hoje: índice fica de olho em Galípolo, IGP-M e Caged enquanto Wall Street aproveita o feriado de ação de graças

O pregão da última quarta-feira (26) ganhou força em praticamente todos os polos do mercado global. A combinação de um Chicago PMI, o índice que mede a atividade industrial na região de Chicago, mais fraco do que o previsto, sugerindo perda de tração da economia, com a leitura de que o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, poderá começar a cortar juros já em dezembro, manteve os investidores mais toleráveis ao risco.

Mesmo com um leve avanço nos rendimentos dos Treasuries, as bolsas em Nova York e na Europa fecharam em alta. O dólar andou de lado diante das principais moedas, enquanto ouro e bitcoin avançaram, impulsionados pela perspectiva de redução do custo de oportunidade caso os juros realmente caiam, e também pelo pano de fundo do risco fiscal crônico dos EUA.

No Brasil, o apetite por risco se traduziu em mais um recorde histórico. O Ibovespa subiu 1,70%, aos 158.555 pontos, movimentando R$ 25,8 bilhões, apoiado pelo clima externo e pela reprecificação da curva de juros ao longo da tarde.

Após reagirem inicialmente ao IPCA-15, a prévia da inflação oficial que mostrou aceleração de núcleos e de serviços, os contratos futuros de juros inverteram direção e fecharam em queda, com o mercado preservando as apostas de corte da taxa Selic no início de 2026. No câmbio, o dólar recuou 0,78%, para R$ 5,33, acompanhando o comportamento das moedas de países emergentes.

O que esperar do Ibovespa hoje (27)

Para o pregão desta quinta-feira, o ritmo deve ser ditado por uma agenda pesada no Brasil e mais branda no exterior. Com os mercados americanos fechados pelo feriado de Ação de Graças, a liquidez internacional tende a encolher, o que, por aqui, pode ampliar a sensibilidade do Ibovespa aos dados locais e às oscilações da curva de juros.

Antes da abertura, saem o IGP-M, índice de inflação calculado pela FGV, as sondagens de comércio e serviços da própria fundação e o Caged, relatório do Ministério do Trabalho que acompanha contratações e demissões formais. A mediana das projeções aponta criação líquida de 120 mil vagas em outubro, dentro de um intervalo que vai de 58.306 a 160 mil. À tarde, o Tesouro Nacional divulga o Relatório Mensal da Dívida Pública.

Além dos indicadores, os investidores acompanham a agenda de autoridades econômicas. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participa de um evento da Itaú Asset às 15h, enquanto o diretor de Política Econômica da instituição, Diogo Guillen, fala em um seminário da FGV às 18h30, dois discursos capazes de mexer na percepção sobre a trajetória futura da Selic. No exterior, os destaques ficam restritos à divulgação da ata da última reunião do Banco Central Europeu e a indicadores de sentimento na Europa, ambos de impacto reduzido diante do feriado nos Estados Unidos. A seguir, confira o calendário da prévia do índice.