Iene volta ao radar dos brasileiros: veja o ranking das cinco moedas mais compradas
Depois de dois meses fora do pódio, o iene (JPY) voltou ao radar dos brasileiros em setembro. A moeda japonesa retomou a quinta posição entre as mais negociadas do país, segundo levantamento da Travelex Confidence, especialista em câmbio. O movimento marca uma virada no comportamento dos turistas após o fim da temporada de inverno na América do Sul, período em que o peso chileno (CLP) costuma ganhar protagonismo.
Durante os meses mais frios, o Chile se torna o principal destino internacional dos brasileiros, impulsionado pelo turismo de neve. A alta procura pela moeda chilena é reflexo desse fluxo. Naturalmente, com o encerramento da temporada, o peso perde espaço, e o interesse migra para destinos do Hemisfério Norte.
O estudo da Travelex Confidence, que considera as operações de compra e venda de papel-moeda realizadas por pessoas físicas em todo o Brasil, mostrou que a procura por ienes cresceu 45% em relação a agosto. Para Jorge Arbex, diretor da Travelex, o avanço reflete um padrão típico do turismo internacional. “A queda da procura pelo peso chileno é sazonal e acompanha o fim da temporada de esqui na América do Sul. Em contrapartida, o Japão é um destino muito procurado por brasileiros durante o outono no Hemisfério Norte”, explica.
A análise reforça como o câmbio de varejo no Brasil é fortemente influenciado por fluxos de turismo, e menos por movimentos puramente monetários. Mesmo assim, entender essas dinâmicas ajuda a antecipar tendências de oferta e demanda por moedas estrangeiras, o que pode afetar o custo de viagens, remessas e até aplicações.
TOP 5 de venda de moedas de setembro de 2025
MOEDA | Variação do volume (R$) set’25 em relação a ago’25 | Variação do volume operado (R$) do mês analisado em relação ao mesmo mês no ano anterior | Variação de volume operado (R$) do mês analisado em relação à média de volume operado por mês no ano de 2024 | Variação de volume operado (R$) do mês analisado em relação à média de volume operado por mês no ano de 2023 |
Dólar (USD) | -2% | 36% | 28% | -7% |
Euro (EUR) | 24% | 19% | 43% | 16% |
Libra Esterlina (GBP) | 45% | 27% | 13% | -16% |
Dólar Canadense (CAD) | -14% | 13% | -3% | -35% |
Iene | 45% | 4% | 5% | 19% |
No topo do ranking, o dólar americano (USD) segue soberano, liderando as transações pelo 12º mês consecutivo. Apesar de uma leve queda de 2% frente a agosto, o volume movimentado foi 36% maior do que em setembro de 2024. Há pouco mais de um ano, o euro (EUR) chegou a ultrapassar o dólar em volume negociado, impulsionado pelo verão europeu e pela multiplicidade de destinos que adotam a moeda única – a moeda circula hoje em 20 países, o que o torna uma das mais versáteis do mercado.
A libra esterlina (GBP) teve um salto expressivo de 45% nas negociações, ocupando a terceira colocação. O avanço reflete o interesse por destinos britânicos, como Londres e Edimburgo, e também a retomada de intercâmbios após a estabilização da inflação no Reino Unido e a expectativa de cortes de juros pelo Banco da Inglaterra.
Já o dólar canadense (CAD) recuou 14% em setembro, ficando na quarta posição. A moeda está ligada sobretudo à demanda por programas de estudo e imigração no Canadá, que vêm perdendo fôlego após mudanças nas regras de visto e o encarecimento do câmbio.
O iene (JPY), agora de volta ao Top 5, costuma ganhar espaço no outono japonês, quando o turismo floresce no país. O Japão segue como um dos destinos mais procurados por brasileiros de origem nipônica e por viajantes em busca de experiências culturais e gastronômicas.
Em termos de cotação, o dólar americano era negociado a R$ 5,37 em 20 de outubro de 2025, enquanto o euro estava em R$ 6,26 e a libra esterlina, em R$ 7,21. O dólar canadense recuava para R$ 3,83, e o peso chileno permanecia a R$ 0,0056 — o equivalente a R$ 5,60 a cada 1.000 pesos.
No recorte das transferências internacionais, as operações entre contas da mesma pessoa, conhecidas como remessas próprias, continuam dominando o segmento, com 43% das transações e alta de 40% em relação a agosto. Entre os destinos, os Estados Unidos mantêm a liderança, respondendo por 43% das transferências realizadas, mesmo com queda de 20% no volume mensal.
A oscilação das moedas estrangeiras reflete mais do que o mercado monetário. Ele acompanha o ritmo das viagens, das estações e das escolhas de quem cruza fronteiras. Quando o inverno se despede dos Andes, o peso chileno sai de cena. E quando o outono colore as ruas de Tóquio, o iene volta a circular. Já que dinâmica observada confirma que o câmbio de varejo no Brasil é um casamento do comportamento do consumidor com os fatores macroeconômicos que o permeiam.
O que achou dessa notícia? Deixe um comentário abaixo e/ou compartilhe em suas redes sociais. Assim deixaremos mais pessoas por dentro do mundo das finanças, economia e investimentos!
Esta notícia foi originalmente publicada em:
Fonte original
Autor: Igor Markevich