Petrobras, Brava, PRIO: por que ações de petroleiras caíram em dia de alta do mercado
Em um dia de fortes ganhos para o Ibovespa, as petroleiras registrraam uma sessão de perdas nesta sexta-feira. Entre os destaques negativos, a Brava Energia (BRAV3) liderou as perdas, recuando 3,42%, seguida pela Petrobras ON (PETR3), que caiu 2,26%. A PRIO (PRIO3) também teve uma desvalorização relevante, de 2,06%, enquanto a Petrobras PN (PETR4) registrou queda de 1,41%.
O movimento ocorreu após o petróleo estender sua queda pela terceira sessão na sexta-feira, caminhando para uma perda semanal pela primeira vez em três, com o aumento das expectativas de maior oferta e um aumento surpreendente nos estoques de petróleo bruto dos EUA, que aumentaram as preocupações com a demanda.
A Reuters informou na quarta-feira que os oito membros da OPEP+ considerarão aumentar ainda mais a produção em uma reunião no domingo. Os estoques de petróleo bruto dos EUA subiram 2,4 milhões de barris na semana passada, em vez de cair como os analistas esperavam.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para outubro fechou em baixa de 2,53% (US$ 1,61), a US$ 61,87 o barril. Já o Brent para novembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 2,22% (US$ 1,49), a US$ 65,50 o barril. Na semana, o WTI e Brent cederam 3,34% e 2,93%, respectivamente.
Crescem as expectativas de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e aliados como a Rússia – conhecidos em conjunto como OPEP+ – injetarão mais barris no mercado para recuperar participação de mercado na reunião de domingo.
Outro impulso significaria que a OPEP+, que produz cerca de metade do petróleo mundial, começaria a desfazer uma segunda rodada de cortes de produção de cerca de 1,65 milhão de barris por dia, ou 1,6% da demanda mundial, mais de um ano antes do previsto.
“Se os oito países da OPEP+ concordarem com outro aumento de produção, acreditamos que isso exerceria uma pressão significativa sobre os preços do petróleo. Afinal, já existe um risco significativo de excedente de oferta”, disseram analistas do Commerzbank em nota.
No entanto, os riscos de oferta continuam a sustentar o mercado. O presidente dos EUA, Donald Trump, disse aos líderes europeus na quinta-feira que a Europa deve parar de comprar petróleo russo, disse um funcionário da Casa Branca.
Quaisquer cortes nas exportações de petróleo bruto da Rússia ou outras interrupções no fornecimento podem elevar os preços globais do petróleo.
“Ainda existe o risco de que as potências ocidentais intensifiquem as sanções contra a Rússia na tentativa de obrigar o presidente Putin a sentar-se à mesa de negociações”, disseram analistas do JP Morgan na sexta-feira.
(Com Reuters)
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Autor: Lara Rizério
