Vale (VALE3) rompe patamar de R$ 70 após Vale Day; BTG vê melhor momento em duas décadas

As ações da Vale (VALE3) passam por um pregão positivo na Bolsa de Valores brasileira nesta quarta-feira (3). Às 15h53, os papéis da mineradora sobem 3,37% a R$ 70,79. O patamar de R$ 70 não era alcançado desde março de 2023. O movimento sucede o Vale Day, realizado na terça-feira (2), um dos eventos mais importantes no calendário da mineradora.

Entre os destaques do encontro, a firma informou que deve investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026, abaixo dos US$ 6,5 bilhões anteriormente previstos. Em relatório, o Itaú BBA avaliou que a orientação menor de investimentos, embora já parcialmente esperada, enfatiza o foco da nova administração na alocação de capital.

“Olhando adiante, continuamos enxergando um momento operacional muito positivo para a Vale, impulsionado por crescimento consistente, forte remuneração ao acionista e ganhos de eficiência”, afirma o BBA, que tem recomendação de compra para VALE3, com preço-alvo de R$ 75.

Ainda na terça-feira, a firma detalhou as suas projeções de produção. A mineradora espera entregar no próximo ano entre 335 milhões a 345 milhões de toneladas de minério de ferro. No fim de 2024, a expectativa para 2026 era de 340 milhões a 360 milhões de toneladas.

“A companhia anunciou projeções de produção, custos e investimentos amplamente em linha com as expectativas”, avaliam os analistas Rafael Barcellos, do Bradesco BBI, e Renato Chanes, da Ágora Investimentos, que têm recomendação de compra para a Vale, com preço-alvo de R$ 83.

BTG vê Vale no melhor momento em duas décadas

O BTG Pactual observa que a mineradora está se tornando uma firma “mais simples, mais organizada e talvez mais entediante”, o que o banco considera positivo, especialmente considerando as fortes emoções dos últimos anos, com as tragédias de Brumadinho e Mariana.

“No nível micro, como temos destacado, este provavelmente é um dos melhores momentos que lembramos em duas décadas cobrindo a ação”, avaliam os analistas Leonardo Correa e Marcelo Arazi, que assinam o relatório do BTG.

O banco reiterou recomendação de compra para a ação, com preço-alvo de US$ 15 para o American Depositary Receipt (ADR, recibos que permitem comprar nos EUA ações de firmas não americanas). A instituição avalia que a vantagem de geração de caixa livre (FCF) em relação às concorrentes australianas é notável – com retorno de caixa cerca de 5 pontos percentuais maior – e ainda não está totalmente refletida no preço.

Embora não veja a Vale como uma “pechincha” após a alta de 38,87% no ano, o BTG pontua que a ação negocia a cerca de quatro vezes o múltiplo EV/EBITDA – que relaciona o valor da companhia (EV) e o seu Ebitda (geração de caixa) –, enquanto as pares estão negociando entre cinco a seis vezes. Além disso, a companhia oferece potencial de dividend yield (rendimento de dividendos) próximo de 10% a 12% em 2026.