Aegea aposta em redução do endividamento como trunfo para levar a Sabesp
PublicidadeA Aegea admitiu, em entrevista ao IM Business, que montou um grupo de estudos para estruturar a participação no follow-on da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp (SBSP3). A ideia é se tornar o acionista de referência da empresa, com uma participação de pelo menos 15% da nova estrutura – o governo de São Paulo, que hoje possui 50,3% das ações, deve lançar uma oferta de 30% dos papéis da companhia no mercado.Se confirmado, será a primeira vez que a Aegea entra em um modelo do tipo. Desde a aprovação do novo Marco Legal do Saneamento Básico, em 2020, a empresa já participou da concessão da privatização da Corsan, no Rio Grande do Sul; de parceria público-privada (PPP) de esgotamento no Ceará, com a Cagece; e de blocos de concessões para a prestação de serviços no Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro. Ao todo, a empresa está presente em 507 munícipios, atendendo a 31 milhões de pessoas em 15 estados do país.“A Aegea não tem como modelo de negócio o investimento em ações de empresas. Vamos estrear nesse modelo caso o projeto tenha as condições requeridas dentro de casa para um avanço e a gente consiga uma estrutura de capital que não ameace nossa jornada de responsabilidade financeira. Vamos debutar nessa jornada de ser acionista de referência de uma companhia”, disse Radamés Casseb, CEO da Aegea, ao IM Business.A possibilidade de assumir o controle da Sabesp tem sido tratada como uma “chance de ouro” para a Aegea, já que a empresa é tida como o principal exemplo entre as companhias de saneamento do país. “O nosso time está todo dedicado a entender as oportunidades. Montamos um grupo de estudos para fazer um diagnóstico em campo, visitando comunidades, entendendo e estudando os aspectos de desenvolvimento tecnológico que a Sabesp implementou para ver onde podemos ampliar os esforços”, diz Casseb. “A cada dia que passa, a gente fica mais animado com o projeto.”Passada a primeira onda de concessões e desestatizações da qual a Aegea foi bastante ativa, a empresa viu sua alavancagem (nível de endividamento) reduzir substancialmente, caindo de 6,25 vezes o Ebitda para 3,70 vezes. Apesar da taxa ainda alta, o CEO entende que a amortização gradual das dívidas torna possível um investimento de grande porte na Sabesp. “A gente está numa jornada de forte desalavancagem. Temos aplicado a nossa experiência de 14 anos de história aos novos negócios, que requerem mais capitais novos, para dar uma resposta de ramp-up de implementação na nossa estrutura de capital”, afirma ele.Em 2023, a companhia alcançou uma receita líquida proforma de R$ 14,3 bilhões, crescimento de 71% em relação ao ano anterior. O Ebitda proforma, por sua vez, foi de R$ 6,3 bilhões, avanço de 77% na passagem anual. A companhia também investiu, por seu ecossistema de concessões, R$ 4,6 bilhões durante o ano, um aumento de R$ 2,7 bilhões em um ano. A Sabesp, por sua v