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Ciclo de cortes na Selic deve sofrer pausa, projetam economistas em reunião com BC

Ainda que o Banco Central venha enfrentando uma crise relacionada à desancoragem das expectativas de inflação, o que deve provocar o encerramento do ciclo de cortes de juros no Brasil possivelmente neste mês, economistas de mercado apontam que uma nova janela de afrouxamento monetário pode se abrir no ano que vem, à medida que o Federal Reserve (Fed) comece a reduzir suas taxas de juros.
Este foi um ponto de convergência entre os profissionais de doze instituições financeiras que participaram de reunião trimestral privada com o Banco Central na manhã desta segunda-feira.
Segundo relatos de participantes ao Valor, que falaram em condição de anonimato, o consenso é de que o espaço para novos cortes de juros pelo Copom já terminou e a Selic deve encerrar o ano em 10,50%. No entanto, é provável que o ciclo de cortes de juros seja retomado por volta do segundo trimestre do ano que vem, impulsionado por uma melhora do ambiente externo.
“Foi bem consensual a visão de que o ambiente externo no ano que vem vai permitir a retomada dos cortes na Selic. Mas que, no curto prazo, a desancoragem das expectativas está atrapalhando muito o Banco Central e deve dificultar a convergência da inflação para a meta”, aponta um dos profissionais presentes no evento.
Outro economista aponta que, no geral, a visão foi a de que o BC está enfrentando uma crise de expectativas junto a um cenário externo mais desafiador. “Em termos práticos, isso significaria uma resposta mais dura do Copom no curto prazo, mas que lá na frente o ciclo de cortes da Selic poderia ser retomado”, afirma, ressaltando que, qualitativamente o cenário doméstico não mudou tanto.
Não houve tanta convergência em relação a outros fatores macroeconômicos. Relatos dos participantes apontam que, para a inflação, por exemplo, as projeções de 2024 estão bem ancoradas por volta dos 3,9%, mas a trajetória para o IPCA em 2025 é um vetor de incertezas. “Não é um consenso que a inflação de 2025 será maior do que a de 2024. Boa parte das projeções ficam por volta dos 4% no ano que vem, mas há estimativas na casa dos 3,1%”, relata uma das fontes.
Segundo outro profissional, mesmo dentro do universo de casas que projetam IPCA mais alto em 2025, os fatores que “puxam” a inflação para cima seriam relacionados à oferta e não à demanda. “Logo, até as casas que projetam inflação mais alta no ano que vem acreditam que daria pra cortar a Selic em algum momento em 2025”, avalia.
Outro ponto de dissenso entre os presentes na reunião foi sobre a atividade econômica e se ela estaria esfriando mais rápido ou mais devagar que o esperado. Assim, as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 oscilaram entre os 1,5% e os 2,3% para o fim do ano. “De modo geral, a interpretação é que o impacto econômico da tragédia no Rio Grande do Sul deve ser pequeno. As projeções davam conta de uma perda de 0,1 ponto percentual no PIB”, de acord  

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