Ibovespa hoje: 1º dia de Copom no foco da agenda local; paralisação nos EUA preocupa mercados
A produção industrial brasileira em setembro e o primeiro dia de Copom são os destaques do Ibovespa hoje, em meio à temporada de balanços, com Embraer e Itaú. No exterior, a paralisação do governo dos EUA chega ao 35º dia, igualando o recorde da paralisação de 2018-2019, e impede a divulgação de diversos indicadores.
Ainda na agenda econômica, a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Bloomberg Green Summit ficam na mira dos investidores. A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado deve votar o Projeto de Lei 5.473/2025, que dobra a taxação de bets e eleva a CSLL de instituições financeiras.
O Tesouro realiza leilões de venda de NTN-B e de LFT. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai se reunir com ministros em Belém (PA) em meio aos preparativos da COP30.
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A Embraer publicou balanço do 3º trimestre antes da abertura da B3, que mostrou uma queda de 76% no lucro líquido ajustado, enquanto Itaú e CSN publicam após o fechamento.
No exterior, as atenções se voltam também para declarações da vice-presidente de supervisão do Fed, Michelle Bowman, após divergências sobre o rumo dos juros entre integrantes do BC americano. Há também os discursos da dirigente do Banco da Inglaterra (BoE) Sarah Breeden e do membro do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do BC da Alemanha, Joachim Nagel.
Devido à paralisação do governo dos EUA, o relatório Jolts, a balança comercial e as encomendas à indústria no país não devem ser divulgados. Balanços da AMD, Super Micro Computer e da seguradora AIG serão publicados após o fechamento das bolsas em Nova York.
Eleitores de Nova York, Nova Jersey, Virgínia e Califórnia votam para eleger um novo prefeito, dois governadores e aprovar ou não uma proposta de redistribuição de distritos eleitorais. A China divulga PMIs composto e de serviços de outubro.
Ibovespa hoje: os principais assuntos do mercado de ações nesta terça (4)
Bolsas globais recuam com incertezas sobre juros e shutdown americanos
Os índices futuros de Nova York caem nesta terça-feira, pressionados por incertezas sobre novos cortes de juros nos EUA, a queda de 7,28% da Palantir Technologies no pré-mercado.
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O shutdown do governo Trump, que hoje entrou em seu 35º dia, igualando o recorde da paralisação de 2018-2019, também pesa no sentimento.
O líder da maioria no Senado, John Thune (Republicano), disse que não há votos para encerrar o filibuster e alertou que “não há vencedores” na paralisação. O presidente da Câmara, Mike Johnson (Republicano), relatou conversa com o presidente Donald Trump sobre o Programa de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP), afetado pelo shutdown.
A diretora do Fed, Lisa Cook, afirmou que a paralisação distorce dados econômicos, mas não altera o tom “moderadamente restritivo” da política monetária.
Juros dos Treasuries caem, o dólar sobe ante pares principais e as bolsas europeias recuam, com destaque para a queda de 9% da Telefónica mais cedo em Madri.
Copom se reúne para definir a taxa Selic
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participa nesta terça-feira, das 10h às 12h, da primeira sessão da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A reunião continua à tarde, das 14h às 17h30.
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Trata-se da primeira sessão da reunião, que definirá o rumo dos juros amanhã. A expectativa do mercado é de manutenção da taxa Selic em 15% ao ano, como já indicava o Boletim Focus desta semana.
Produção industrial deve recuar em setembro
A produção industrial deve voltar a recuar em setembro, na margem, em linha com os indicadores antecedentes e de acordo com a ampla maioria das casas (19 de 22) consultadas pelo Projeções Broadcast.
A mediana das estimativas do mercado indica queda de 0,4% para a produção industrial em setembro, após alta de 0,8% em agosto. As projeções para esta leitura variam de recuo de 0,9% a alta de 0,2%.
O economista-chefe do Banco ABC Brasil, Daniel Xavier, projeta queda de 0,7% para a produção industrial em setembro. A estimativa, segundo ele, considera indicadores antecedentes, a exemplo do último resultado do índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) e da confiança da indústria, medida pela Fundação Getulio Vargas (FGV). “Em conjunto, os dados sugerem retração da indústria em setembro”, afirma.
Commodities hoje recuam e penalizam ADRs de Vale e Petrobtras
Os contratos futuros de petróleo recuam, com o mercado ainda avaliando o plano da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que prevê aumento de produção em 137 mil barris por dia em dezembro, mantendo a oferta estável no primeiro trimestre de 2026. Nesta manhã, o barril do WTI para dezembro caía 1,67%, a 60,03 dólares, e o Brent para janeiro recuava 1,54%, a 63,89 dólares.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro negociado na bolsa de Dalian, na China, registrou baixa de 1,71% no contrato futuro para entrega em janeiro de 2026, cotado a 775,5 yuans, o equivalente a US$ 108,87 a tonelada.
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Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de firmas não americanas) da Vale (VALE3) recuavam 1,97% no pré-mercado de Nova York nesta manhã. Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) cediam 0,76%.
O que esperar do Ibovespa hoje
A aversão ao risco no exterior e as quedas do petróleo e do minério de ferro devem levar a uma realização na B3, após o Ibovespa fechar ontem aos 150.424 pontos — novo recorde e nona valorização seguida.
O movimento foi impulsionado por ganhos em Nova York e expectativa de sinal de corte da Selic no comunicado do Copom nesta quarta-feira.
Os juros futuros podem recuar com a queda dos retornos dos Treasuries, enquanto o recuo das commodities e dúvidas sobre juros nos EUA podem pressionar o câmbio.
No campo fiscal, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) estima arrecadação de até R$ 18 bilhões entre 2026 e 2028 com o projeto de taxação de bets e CSLL.
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A Câmara aprovou, por 360 votos a 23, exclusão de até R$ 3 bilhões em gastos de defesa da meta fiscal de 2025.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
*Com informações de Silvana Rocha e Luciana Xavier, do Broadcast
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Autor: Camilly Rosaboni