O anúncio do Federal Reserve (Fed) de um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, para o intervalo de 4% a 4,25% ao ano, movimentou imediatamente os mercados globais nesta quarta-feira (17).
Nos Estados Unidos, o S&P 500, que reúne as 500 maiores firmas americanas, teve alta momentânea, enquanto o Nasdaq, índice mais concentrado em tecnologia, recuou em negociações agitadas, movimentos que refletem a leitura do mercado sobre cortes adicionais e preocupações com a desaceleração do emprego.
No Brasil, o Ibovespa, que já vinha em alta, registrou leve queda após o anúncio, mas retomou fôlego e se manteve próximo de níveis recordes: às 16h, marcava 145.624 pontos.
Segundo Mariana Rodrigues, economista da SulAmérica Investimentos, “firmas ligadas ao ciclo da economia ganham impulso com a perspectiva de corte de juros. Com taxas menores, as famílias possuem maior poder de compra, beneficiando varejistas e companhias de serviços”.
Entre as ações mais impactadas, Americanas e Casas Bahia dispararam, está última registrando alta de 13,43% às 16h16, refletindo a expectativa de maior poder de compra das famílias com juros mais baixos.
Já o dólar comercial, que operava de forma estável durante a maior parte do dia, reagiu em tempo real à notícia. Logo após o anúncio do corte de juros, a moeda americana caiu, chegando a ser negociada abaixo de R$ 5,28. Mas o movimento foi rapidamente revertido. Durante a coletiva com o presidente do Fed, Jerome Powell, o dólar voltou a subir e chegou a marcar R$ 5,311.
Durante a fala, Powell destacou que a criação de empregos desacelerou, os riscos para o emprego aumentaram e a inflação permanece relativamente elevada. Ele reforçou que a política monetária não segue uma trajetória predefinida e que o Comitê continuará monitorando os riscos econômicos para ajustar a postura de juros conforme necessário.
O mercado também acompanha de perto a Super Quarta, quando decisões importantes do Fed e do Copom, que deve manter a Selic em 15%, acontecem no mesmo dia.
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Autor: Lara Asano
