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Operação investiga sonegação em atacadistas de MG; Coelho Diniz, do GPA, é um dos alvos

Uma operação deflagrafada pelo Ministério Público de Minas Gerais nesta terça-feira (2) teve como alvo um esquema estruturado de fraude em ICMS e lavagem de dinheiro envolvendo atacadistas, redes de supermercados e firmas ligadas ao varejo no Estado.

Uma das firmas envolvidas na investigação é o Grupo Coelho Diniz, maiores acionista do GPA, dono do Pão de Açúcar e do Extra, de acordo com apuração do site O Fator, que foi confirmada pelo InvestNews. Procurado, o Coelho Diniz não respondeu até a publicação deste texto. Além do grupo, Atakmix Atacadista e Martmix Atacarejo são outras firmas investigadas.

As investigações, dentro da Operação Ambiente 186, foram conduzidas por mais de 18 meses, apontam sonegação superior a R$ 215 milhões em ICMS e já resultaram no bloqueio de R$ 476 milhões em bens dos investigados.

De acordo com a investigação, o grupo suspeito utilizava firmas de fachada, as chamadas “noteiras”, em estados como Goiás e Espírito Santo, para simular operações interestaduais com alíquotas reduzidas de ICMS – prática conhecida como “barriga de aluguel”.

Na prática, as mercadorias circulariam dentro de Minas Gerais, enquanto as notas fiscais registravam vendas interestaduais, permitindo a geração de créditos indevidos e a redução da carga tributária real, inclusive no ICMS por substituição tributária.

Entre os alvos está o ex-publicitário Marcos Valério, condenado no caso do mensalão, apontado como integrante de um dos núcleos da organização. A publicação descreve ainda diferentes núcleos de atuação – de comando, de emissão de notas, de escoamento de mercadorias e de lavagem de dinheiro – e afirma que parte do esquema teria como principais beneficiárias firmas como WT Ltda. e Grupo HSI, além de estruturas ligadas a mineração ilícita e uso de veículos de luxo para lavar recursos.

Um dos núcleos descritos é vinculado ao grupo Coelho Diniz, por meio da HAF Distribuidor Ltda. e da Big Works Comércio Importação e Exportação Ltda.. Segundo a reportagem, a decisão judicial cita membros da família Coelho Diniz (André Coelho Diniz e Fabio Coelho Diniz) como alvos da investigação, atribuindo a eles papéis na autorização de pagamentos a “noteiras” e na organização do fluxo de notas fiscais e pagamentos usados para reduzir o ICMS devido em Minas Gerais.

O caso tramita sob sigilo na 4ª Vara de Tóxicos, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores de Belo Horizonte. E os nomes não foram confirmados pelo MP-MG.

A repercussão chegou ao mercado acionário. As ações do GPA (PCAR3) abriram em forte queda, reduziram parte das perdas ao longo da manhã, mas seguem em baixa de cerca de 1%, em meio à maior atenção de investidores sobre os desdobramentos do caso envolvendo a família que hoje é sua principal acionista.

A reportagem tentou contato com André Coelho Diniz, mas não teve resposta até o fechamento deste texto. A assessoria da rede Coelho Diniz também não respondeu até a publicação. O InvestNews não conseguiu contato com os grupos Atakmix Atacadista e Martmix Atacarejo.

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Autor: Raquel Brandão

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