Ambipar (AMBP3) rebate credores e defende necessidade de proteção judicial
A Ambipar (AMBP3) apresentou esclarecimentos à Justiça do Rio de Janeiro no processo em que busca manter a tutela cautelar que impede bancos credores de adotar medidas capazes de inviabilizar a continuidade de suas operações.
A firma destaca que a revogação da medida cautelar, pleiteada por algumas instituições financeiras, teria efeitos devastadores não apenas para o grupo, mas também para a sociedade brasileira.
Entre os riscos citados estão a perda imediata de mais de 23 mil empregos diretos e milhares de indiretos; interrupção do pagamento de cerca de R$ 500 milhões em tributos anuais; rompimento de contratos vitais de prevenção e resposta a emergências ambientais; prejuízos para mais de 12 mil acionistas, no Brasil e no exterior; risco de liquidação antecipada de dívidas acima de R$ 10 bilhões.
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Segundo a Ambipar, a medida judicial concedida foi responsável por evitar o colapso da companhia, que possui 600 bases operacionais em todo o mundo e desenvolve projetos em áreas como descarbonização, economia circular, transição energética e gestão de crises ambientais.
A petição ressalta ainda que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro já confirmou, em decisão monocrática, a manutenção da tutela cautelar contra pedido do Deutsche Bank. O relator destacou que não há risco de dano às instituições financeiras, que registraram lucro líquido superior a R$ 130 bilhões em 2024, enquanto os prejuízos para a Ambipar seriam irreversíveis.
O documento aponta que a situação foi desencadeada por operações financeiras questionáveis conduzidas pelo então CFO da companhia, João Daniel Piran de Arruda. Ele teria migrado contratos de swap do Bank of America (BofA) para o Deutsche Bank e firmado aditivos sem autorização do conselho de administração, alterando garantias e expondo a firma a exigências desproporcionais de colaterais.
Com essa mudança, o Deutsche Bank passou a demandar aportes superiores a R$ 200 milhões em garantias adicionais, situação que precipitou o pedido emergencial de tutela cautelar. Pouco antes da revelação da crise, o executivo deixou o cargo. A Ambipar reforça que, até esse episódio, sua saúde financeira era sólida.
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Na manifestação, a Ambitar refuta os argumentos dos credores, que alegam incompetência do juízo do Rio de Janeiro e tentam transferir o caso para São Paulo. A firma sustenta que sua principal base operacional está no Rio, onde mantém a Estação de Tratamento de Resíduos de Duque de Caxias, operações no Porto do Açu, na Baía de Guanabara e na Baía de Sepetiba, entre outras.
A firma classifica como infundada a acusação de “forum shopping” e afirma que os bancos se limitam a defender interesses próprios, desconsiderando o impacto social, econômico e ambiental de uma eventual suspensão da tutela.
A Ambipar reforça que a decisão liminar concedida foi prudente e indispensável para evitar o colapso de um grupo firmarial estratégico para o país, cuja atuação projeta o Brasil no cenário internacional da sustentabilidade. A companhia reafirma confiança de que a Justiça manterá a medida em vigor até a apresentação do pedido de recuperação judicial, garantindo a preservação da firma, dos empregos, dos contratos ambientais e da sua contribuição econômica ao Brasil.
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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Estadão Conteúdo