Últimas Notícias

Bancos perdem R$ 50 bilhões em valor de mercado com Flávio Bolsonaro pré-candidato à presidência

A confirmação do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como pré-candidato à Presidência da República, com anuência do ex-presidente Jair Bolsonaro, deflagrou uma liquidação de ações na B3, com o Ibovespa tendo maior queda diária desde 2021. O desempenho negativo foi generalizado, mas o setor monetário enfrentou pressão mais aguda: os cinco maiores bancos com papéis negociados na Bolsa perderam R$ 50,055 bilhões em valor de mercado nesta sexta-feira (5), de acordo com levantamento da Broadcast feito a partir da ferramenta Visão firma.

As perdas superam até o tombo de R$ 42 bilhões que os mesmos bancos sofreram em 19 de agosto, quando foram impactados pela decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, segundo a qual leis ou decisões judiciais estrangeiras só podem ser cumpridas no Brasil caso sejam validadas pela Justiça brasileira. Na ocasião, a notícia alarmou o mercado por sinalizar que poderia haver punição às instituições financeiras que cumprissem a determinação da Lei Magnitsky aplicada pelo governo dos Estados Unidos contra o magistrado do STF, Alexandre de Moraes.

Publicidade

Com isso, o grupo esvaiu o equivalente a uma Localiza (RENT3) em um único pregão. Em Wall Street, na contramão do clima positivo nas bolsas de Nova York, o Nubank também foi duramente penalizado, em queda de mais de 5%. A fintech viu a avaliação recuar US$ 4,29 bilhões, entre as dez maiores perdas do dia, de acordo com o site Companies Market Cap.

Mesmo assim, o Itaú (ITUB4) chega à 11ª sessão não consecutiva neste ano valendo mais que a Petrobras. firma mais valiosa da Bolsa, o banco privado soma R$ 424,045 bilhões em valor de mercado e a petroleira, R$ 415,259 bilhões.

O que explica o mau humor?

A avaliação nas mesas de operações é a de que o nome de Flávio Bolsonaro seria mais rejeitado que outros da direita, como os governadores Tarcísio de Freitas (SP) e Ratinho Junior (PR), por carregar o sobrenome do pai e ser uma figura bastante ligada a ele.

Isso fortaleceria a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deve buscar a reeleição. Em um eventual quarto mandato, o investidor teme que o petista teria ainda menos incentivos para implementar uma agenda fiscal equilibrada. O resultado seria a contínua escalada da dívida pública, que se aproxima de 80% do Produto Interno Bruto (PIB).

“A leitura é de que o processo eleitoral pode ficar ainda mais polarizado e com menos clareza sobre a trajetória fiscal e o compromisso com reformas, o que naturalmente deixa o investidor mais defensivo no curto prazo”, explica o estrategista-chefe da Davos Investimentos, Ricardo Pompermaier.

Publicidade

Múltiplas agências de classificação de risco já indicaram que limitar o endividamento é requisito obrigatório para o Brasil recuperar o grau de investimento. Sem as contas públicas resolvidas, o Banco Central também pode ser forçado a adotar um ciclo mais conservador de cortes na Selic, hoje em 15%.

“O ritmo de afrouxamento monetário pode depender da força da demanda interna em 2026 e da extensão do apoio ao crédito e de outras medidas de apoio político”, afirmou a Fitch Ratings esta semana.

Mas por que os bancos?

Do ponto de vista técnico, os grandes bancos costumam ser a “porta de entrada” do investidor na Bolsa, justamente por serem os papéis mais líquidos. Por essa razão, acabam sendo também a “porta de saída” em movimentos de forte aversão.

Em termos conjunturais, as instituições financeiras são mais sensíveis à agenda macroeconômica e, portanto, figuram na linha de frente da reação dos mercados a desdobramentos políticos. Essa é uma dinâmica comum também no exterior. Em outubro, quando o primeiro-ministro da França, Sébastien Lecornu, apresentou inesperada renúncia, nomes como Société Générale e BNP Paribas chegaram a ceder mais de 5% em um único pregão da Bolsa de Paris.

No Brasil, os bancos ainda enfrentam incertezas sobre a qualidade de ativos, à medida que os juros restritivos elevam a inadimplência nos setores mais alavancados. No entanto, embora mais criteriosas, as instituições seguem ampliando a carteira de crédito, com destaque para linhas como a imobiliária e o consignado privado.

Publicidade

“Acreditamos que a inadimplência permanecerá administrável e que a diversificação de receitas, as altas margens e a cautelosa tolerância ao risco deverão continuar a sustentar os lucros dos bancos“, disse a S&P em novembro.

O que achou dessa notícia? Deixe um comentário abaixo e/ou compartilhe em suas redes sociais. Assim deixaremos mais pessoas por dentro do mundo das finanças, economia e investimentos!

Esta notícia foi originalmente publicada em:
Fonte original

Autor: Estadão Conteúdo

Dinheiro Portal

Somos um portal de notícias e conteúdos sobre Finanças Pessoais e Empresariais. Nosso foco é desmistificar as finanças e elevar o grau de conhecimento do tema em todas as pessoas.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo