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Dívida das empresas brasileiras cresce 22% no terceiro trimestre

As firmas brasileiras de capital aberto apresentaram uma piora no nível de endividamento no terceiro trimestre. Considerando a média do desempenho 319 companhias, a dívida total líquida cresceu 22% entre o terceiro trimestre de 2024 e o de 2025, segundo um levantamento da Quantum Finance feito a pedido do InvestNews.

A alavancagem financeira média das firmas no terceiro trimestre também subiu, saindo de 1,3 vez para 2,3 vezes.

A alavancagem equivale à razão entre a dívida líquida e o Ebitda. Ela indica quantos anos a firma levaria para pagar a dívida usando todo o lucro operacional. Portanto, o dado indica que as companhias gastariam cerca de 2,3 anos.

O mais relevante ao se observar na análise de endividamento é compará-lo a alguma métrica e não observá-lo sozinho. João Daronco, sócio e chefe da área de ações da Suno, lembra que o comparativo entre a dívida líquida e o Ebitda é uma das formas mais eficientes para o investidor chegar a uma primeira conclusão sobre a saúde financeira da companhia. E o ideal é investir em firmas cuja alavancagem esteja abaixo de 2,5 vezes, em linhas gerais.

O aumento dos dados de endividamento das companhias também reforça que o investidor precisa redobrar a cautela em um momento de euforia na bolsa de valores. Ter dívidas faz parte do crescimento de qualquer companhia e é comum que companhias com uso intensivo de capital – seja para expansão de atividades, seja pela atividade em si, como indústrias siderúrgicas, petroquímicas, fabricantes de máquinas e equipamentos, por exemplo – tenham um nível de alavancagem maior.

Ainda assim, um nível elevado de alavancagem e endividamento líquido por uma sequência de trimestres consome o caixa da firma e piora a capacidade dela de destinar recursos para outros investimentos e garantir a lucratividade com o passar do tempo.

firmas com nível de alavancagem alto também costumam passar por maior volatilidade de preços na bolsa de valores. Isso porque os investidores acabam tendo uma menor propensão a investir no longo prazo em firmas cujo resultado monetário é incerto – um efeito causado justamente pela dificuldade das firmas endividadas em contrair novos empréstimos, trocar dívidas mais caras por mais baratas e estender prazos.

O alto nível de endividamento também compromete os acordos firmados com os credores. Isso porque, ao emitir uma debênture ou outro tipo de dívida, a firma precisa assumir metas de alavancagem e de desempenho monetário — os chamados covenants.

Quando a dívida cresce de forma descontrolada, a firma pode deixar de cumprir esses covenants e abre espaço para que os credores executem a dívida, ou seja, exijam o pagamento imediato. Para evitar isso, muitas vezes a companhia precisa renegociar as condições e pedir um waiver, uma “autorização” temporária para descumprir as metas enquanto ajusta sua estrutura financeira.

A metodologia do levantamento foi elaborada pela Quantum a partir das Informações Trimestrais (ITR) entregues à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a base de informações pode divergir da apresentação geral de resultados das firmas porque a divulgação da dívida líquida total ou de Ebitda não é obrigatória.

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Autor: Juliana Machado

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