Dólar hoje sobe de olho em novas declarações de Flávio Bolsonaro e dados nos EUA

O dólar hoje opera em alta, com novas sinalizações do senador Flávio Bolsonaro (PL) sobre a corrida eleitoral em 2026. O mercado também monitora nesta terça-feira (9) as expectativas para as decisões de juros da Super Quarta, assim como dados de emprego nos Estados Unidos. Às 13h05, a moeda americana sobe 0,14% cotada a R$ 5,429, depois de alcançar máxima a R$ 5,4958.

Flávio Bolsonaro chamou de “ato isolado” a afirmação de que sua pré-candidatura à Presidência da República tem um preço para ser retirada e diz que vai trabalhar para convencer outras lideranças da direita de que seu nome é o mais viável para derrotar o PT nas eleições de 2026. A declaração foi dada nesta terça-feira, na saída de sua visita ao pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.

“Foi um ato isolado aquilo que eu falei. (Eu quis dizer que) meu preço é Bolsonaro livre e nas urnas. Ou seja, não tem preço”, afirmou, referindo-se às declarações dadas em entrevista ao Domingo Espetacular, da Record TV, no domingo (7).

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, vê uma leitura, ainda pontual e não necessariamente de tendência, de que a candidatura de Flávio tende a pressionar negativamente os preços dos ativos, o que ajuda a explicar o movimento observado no mercado.

“O entendimento predominante é de que ele poderia ser competitivo o bastante para chegar ao segundo turno, mas não a ponto de vencer as eleições. Essa avaliação tem afetado a curva de juros, os preços dos ativos e o desempenho das ações. Mesmo em um dia em que o dólar se desvaloriza frente a outras moedas de países emergentes, observa-se valorização da moeda americana em relação ao real“, afirma Cruz.

Na última sexta-feira (5), quando anunciou a sua pré-candidatura, a reação foi negativa nos mercados. O Ibovespa fechou em queda de 4,31% aos 157.369,36 pontos – a maior perda diária, em termos percentuais, desde 22 de fevereiro de 2021, quando tombou 4,87%, segundo dados da Elos Ayta Consultoria. Já o dólar encerrou em alta de 2,29% cotado a R$ 5,4318, no maior valor de encerramento para a moeda desde o dia 16 de outubro.

Expectativas para a Super Quarta

Na quarta-feira (10), as atenções se concentrarão nas decisões de juros do Federal Reserve (Fed) e do Comitê de Política Monetária (Copom). Por lá, os dados mais recentes da plataforma FedWatch, do CME Group, apontam 87,4% de chances de um corte nos juros americanos de 25 pontos-base.

Já no Brasil, a expectativa é que o Copom mantenha a Selic em 15% ao ano, conforme indicou o último Boletim Focus, divulgado na segunda-feira (8). O foco estará, no entanto, na comunicação da autoridade monetária.

“Entendemos que os cortes podem começar somente na próxima reunião, o que torna tanto o comunicado quanto a ata documentos de suma importância, especialmente caso o Banco Central sinalize alguma mudança de postura”, avalia Rafael Winalda, especialista em renda fixa do Inter.

Jolts também fica no radar

A abertura de postos de trabalho nos Estados Unidos subiu para 7,67 milhões em outubro, de acordo com o relatório Jolts, publicado nesta terça-feira pelo Departamento do Trabalho do país.

Em setembro, a abertura de postos de trabalho foi de 7,658 milhões. O levantamento de setembro teve divulgação atrasada devido à paralisação do governo federal mais longa na história dos Estados Unidos. O número de agosto não teve revisão e permaneceu em 7,227 milhões.

Após os dados serem divulgados, o índice DXY, que compara o desempenho do dólar em relação a seis moedas de economias desenvolvidas, bateu máxima intradia aos 99,312 pontos. Às 13h05, o indicador sobe 0,12% aos 99,203 pontos.