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Geração Z lidera disparada nos pedidos de cartão de crédito e acende alerta para dívidas

Os dados mais recentes da Serasa mostram que os pedidos de cartão de crédito cresceram 111% em um ano. A geração Z puxa essa alta: 35% dos consumidores que buscam um cartão têm entre 20 e 29 anos. O levantamento considera solicitações feitas na plataforma Serasa Crédito entre setembro de 2024 e setembro de 2025.

Outra modalidade que segue em destaque é o empréstimo, cujo número de solicitações cresceu 92% no mesmo período – dado mais recente disponível. Entre quem busca essa linha de crédito, 54% têm renda mensal na faixa de R$ 1 mil a R$ 2 mil. No caso dos pedidos de cartão, 62% dos solicitantes estão nesse patamar de renda.

Samira Leite, especialista da Serasa em educação financeira, explica que o crescimento nas solicitações acompanha o desenvolvimento do Serasa Crédito, que passou de 31 para 43 parceiros no período. A plataforma conecta consumidores a propostas de crédito de instituições, considerando mais de 70 variáveis para a análise de perfil do cliente.

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A firma afirma que, ao centralizar os cálculos e simulações, permite que o usuário compare diferentes condições com facilidade, sem a necessidade de buscar informações em diversas fontes. O ecossistema de dados da Serasa também ajuda a oferecer propostas mais aderentes à realidade de cada consumidor.

“Buscamos casar o perfil que determinada instituição financeira procura com o usuário que temos na plataforma para fazermos a indicação com maior probabilidade de aprovação e evitarmos frustração”, diz Leite.

A especialista avalia que o avanço nos pedidos de cartão também reflete um fator comportamental: os brasileiros passaram a usá-lo como extensão da própria renda. Um estudo da Serasa Experian aponta que 70,5% do orçamento mensal dos consumidores já está comprometido com contas a pagar, o que leva parte da população a buscar crédito.

Geração Z puxa alta nos pedidos de cartão

Para Jorge Azevedo, especialista em gerenciamento de crédito e risco, esse é um fenômeno multifatorial. Ele destaca que a combinação entre facilidade digital e nova mentalidade de consumo ajudou a impulsionar o crescimento das solicitações de cartões pela geração Z.

Segundo Azevedo, a digitalização do sistema monetário facilitou o acesso a pedidos de crédito, com fintechs e bancos digitais simplificando processos antes burocráticos por meio do oferecimento de cartões sem anuidade e com aprovação rápida. “Esse cenário democratizou a bancarização, mas selecionou menos o perfil do cliente”, avalia.

Junto à facilidade de acesso ao crédito, o especialista nota um consumo mais imediatista por parte dos jovens, o que gera riscos de endividamento e, consequentemente, pode dificultar o acesso a financiamentos no longo prazo. “Entrar na vida adulta já endividado compromete o futuro monetário”, alerta.

A geração Z também tem interagido de forma diferente com bancos. Os jovens nascidos entre meados dos anos 1990 e 2010 escolhem seus meios de pagamento com base em conveniência, benefícios e identificação com a marca, de acordo com a primeira edição do estudo “Panorama da Principalidade Financeira na América Latina” da Visa, lançado neste ano.

Apenas 11% desses consumidores no Brasil possuem vínculo exclusivo com uma única instituição financeira. A facilidade no uso do aplicativo, a transparência nas taxas, a oferta de cashback (programa que devolve ao consumidor uma parte do valor gasto na compra) e as recompensas personalizadas são fatores que pesam na escolha da geração. Além disso, segundo a pesquisa, a integração com carteiras digitais e a possibilidade de acesso a limites de crédito mais altos também influenciam na decisão.

Como jovens podem usar o cartão com responsabilidade

Renan Diego, consultor monetário e autor do livro Produtividade Financeira, recomenda que, antes de escolher um cartão, os jovens comparem taxas de anuidade e possibilidades de isenção. Como muitos estão no início da vida profissional e ainda não têm renda estável, a melhor estratégia é buscar opções de baixo custo.

Programas de benefícios também merecem atenção, já que cashbacks, pontos e descontos podem ajudar a economizar nas compras do dia a dia. Mas vale observar as regras de cada banco: alguns pontos expiram rapidamente ou exigem gastos elevados. “Evite comprar só para ganhar benefícios. Nunca compensa gastar sem necessidade”, reforça Diego.

Por terem um histórico de crédito ainda curto, os jovens consumidores encontram dificuldade na construção de um bom score de crédito – termômetro da confiança financeira, analisado por instituições na hora de conceder propostas de crédito aos clientes. Para quem deseja melhorar a nota, Diego orienta manter todas as contas em dia e fazer movimentações responsáveis com o cartão.

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“Registrar despesas de água, luz, celular e serviços no próprio CPF ajuda a construir uma base sólida. Já solicitar muitos cartões e aumentos de limite em pouco tempo pode jogar contra, porque sinaliza risco de endividamento”, explica o planejador.

Os riscos do rotativo para quem está começando

Na hora de usar o cartão, o consumidor precisa entender taxas e juros, especialmente o rotativo do cartão de crédito, que entra em ação quando o cliente não paga a fatura integralmente. Os custos podem ser altos, por isso acompanhar as datas de vencimento faz toda a diferença.

Para quem está começando a organizar as finanças, o planejador monetário recomenda ainda ter apenas um cartão de crédito, já que facilita o controle e ajuda a criar disciplina. Só depois, com mais experiência, faz sentido o jovem da geração Z ter dois ou mais, aproveitando vantagens diferentes, como milhas em um e cashback maior no outro, por exemplo.

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Autor: Beatriz Rocha

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